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segunda-feira, novembro 22, 2004

 

A comissão Barroso, a Esquerda e a Direita na União

O comissário francês é alvo de acusações e de pedidos de demissão. Chovem sobre M. Barrot as memórias de condenações por financiamento ilícito do seu partido.

Há 5 anos a Esquerda detinha mais de metade do Governos dos então 15. O melhor que se conseguiu arranjar como Presidente da Comissão foi Romano Prodi, um ex-diessino que só o désarroi em que a Esquerda agora se encontra, permite de classificar confortavelmente e sem segundos pensamentos como de um Homem de Esquerda. Seguramente de uma parte da Esquerda. A comissão Prodi foi o que foi e cumpriu os seus 5 anos atravessando períodos difíceis, de claro aumento do eurocepticismo apesar de ter presidido ao alargamento e ao Euro. O Professor de Bolonha não saí levado em ombros como Delors mas também não saí curvado de vergonha como Santer. Prodi saí de Bruxelles para ir chefiar o combate contra il Cavaliere Silvio Banana em nome da Esquerda italiana que, aparentemente, se revê nele e na qual ele se revê.

Hoje a Direita controla o PE saído das eleições deste Verão. A maioria do Conselho Europeu é de Direita. A nomeação de uma nova Comissão devia ser simples e pacífica. E no entanto, a Comissão Barroso está incapaz de começar a trabalhar como deve ser. Depois do débâcle Buttiglione agora isto.

A tentação de dizer que Durão Barroso não fez o seu trabalho de casa na escolha e aceitação dos candidatos a comissários ou que a Direita está povoada de reaccionários e trafulhas é grande. Mas não é tudo uma questão de incompetência, beatice e albradice, é também uma questão de falta de empenho no projecto europeu.

Hoje a Comissão é menos considerada e mais escrutinada e a relutância de ir para lá aumentou. Assim como aumentou a relutância de enviar para lá trusted allies ou “um dos melhores de entre nós”. Por isso Chirac envia este Barrot que confesso não sei quem é e me parece uma segunda figura e o Governo Italiano enviou o incómodo Buttiglione que era alvo de ataques em casa e, ainda por cima pedia um poder dentro da coligação que não merecia e que a representatividade do sufrágio lhe não dava.

Estas não são escolhas prestigiantes mas sim chatices que é preciso cumprir. Um Governo verdadeiramente empenhado no projecto europeu nunca os teria proposto. Porque não é com reaccionários e desonestos que se constrói um sonho em que acredita.

Tal não me espanta de il Cavaliere Silvio Banana mas admito que não o esperava de Chirac. Mas se calhar, ele não considera desprestigiante ter problemas com o fisco ligados ao financiamento ilegal de um partido político. Porque será?

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