quarta-feira, novembro 03, 2004
Eleicoes americanas 2
Há alguns anos, um amigo meu disse que “A América não é uma democracia, é uma ditadura de juízes”. De juízes nomeados, não eleitos, acrescentariam alguns dos mais conservadores.
Descontando um certo exagero da frase, a verdade é que os 9 juízes da Corte Suprema detém um poder que é quase incontestado. Como Guardiães de uma Constituição minimalista (7 artigos e 27 emendas) muitas vezes são os seus acórdãos que fazem a Lei.
Algumas das decisões mais célebres da Corte Suprema definiram não só o que se passa nas salas dos tribunais mas também a vida do dia à dia. Para citar só alguns exemplos: Roe vs. Wade (1973, que legalizou o aborto), Miranda vs. Arizona (1966, que instituiu a obrigatoriedade da leitura dos direitos dos detidos e está na origem da celebre lengalenga “You have the right to remain silent. You have the right to have an attorney …” que nos habituamos a ouvir desde a Balada de Hill Street), Brown vs. Board of Education of Topeka (1954, que iniciou o processo de desegregação racial no ensino do Sul).
A média de idades do Supremo Tribunal é de 71 anos. Dois dos seus membros já passaram dos 80 anos. O seu Presidente, Chief Justice William Reenquist, foi nomeado há mais de 30 anos por Richard Milhouse Nixon e, por razões de saúde, já indicou que pretende ser substituído.
É com um Congresso controlado pelos Republicanos (os Juízes da Corte Suprema devem ser confirmados pelo Senado) que G.W. Bush se vai encontrar na condição de nomear os próximos membros do Supremo Tribunal.
Fiel às suas publicitadas convicções (GWB pode ser acusado de muita coisa, mas não é um hipócrita) o Presidente prepara-se para fazer as próximas nomeações (2, 3, mais?) escolhendo magistrados que, não podemos esperar outra coisa, devem seguramente ser bastante conservadores.
Salvo algum novo desastre como 9/11 ou o Iraque, a principal herança desta 3ª feira ainda pode vir a ser uma Corte Suprema ultra conservadora que marcará a agenda dos avanços e retrocessos nos direitos cívicos para as próximas décadas.
As guerras culturais estão longe de estarem terminadas.
Descontando um certo exagero da frase, a verdade é que os 9 juízes da Corte Suprema detém um poder que é quase incontestado. Como Guardiães de uma Constituição minimalista (7 artigos e 27 emendas) muitas vezes são os seus acórdãos que fazem a Lei.
Algumas das decisões mais célebres da Corte Suprema definiram não só o que se passa nas salas dos tribunais mas também a vida do dia à dia. Para citar só alguns exemplos: Roe vs. Wade (1973, que legalizou o aborto), Miranda vs. Arizona (1966, que instituiu a obrigatoriedade da leitura dos direitos dos detidos e está na origem da celebre lengalenga “You have the right to remain silent. You have the right to have an attorney …” que nos habituamos a ouvir desde a Balada de Hill Street), Brown vs. Board of Education of Topeka (1954, que iniciou o processo de desegregação racial no ensino do Sul).
A média de idades do Supremo Tribunal é de 71 anos. Dois dos seus membros já passaram dos 80 anos. O seu Presidente, Chief Justice William Reenquist, foi nomeado há mais de 30 anos por Richard Milhouse Nixon e, por razões de saúde, já indicou que pretende ser substituído.
É com um Congresso controlado pelos Republicanos (os Juízes da Corte Suprema devem ser confirmados pelo Senado) que G.W. Bush se vai encontrar na condição de nomear os próximos membros do Supremo Tribunal.
Fiel às suas publicitadas convicções (GWB pode ser acusado de muita coisa, mas não é um hipócrita) o Presidente prepara-se para fazer as próximas nomeações (2, 3, mais?) escolhendo magistrados que, não podemos esperar outra coisa, devem seguramente ser bastante conservadores.
Salvo algum novo desastre como 9/11 ou o Iraque, a principal herança desta 3ª feira ainda pode vir a ser uma Corte Suprema ultra conservadora que marcará a agenda dos avanços e retrocessos nos direitos cívicos para as próximas décadas.
As guerras culturais estão longe de estarem terminadas.