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domingo, novembro 28, 2004

 

O Congresso Comunista

O Comité Central do PCP foi eleito, pela primeira vez, por voto secreto. Os 45 votos contra e 24 abstenções nem sequer se podem considerar espectaculares quando comparados com os mil e tal votos a favor. Segue-se a previsível nomeação de Jerónimo de Sousa com Secretário Geral.

O comunismo português segue igual a ele mesmo. Sem evoluções ou renovações. Sobre o que tenho sentimentos ambivalentes.

Não sou comunista. Nunca fui comunista. Nunca serei comunista. Não considero os comunistas portugueses democratas. E fora da Democracia não há diálogo possível, seja-se de Esquerda ou não. O PCP nunca fez a sua autocrítica. Nunca fez o seu aggiornamento. Nunca fez o mesmo trajecto que a DS italiana. Nem sequer o do PCF. O PCP não é um candidato a uma gauche plurielle e eu nunca me senti confortável com as coligações alfacinhas. Por isso eu sinto simpatia intelectual pelos reformadores pela hipótese de ganharem terreno para as suas teses.

Por outro lado, ser comunista é acreditar no centralismo democrático, na luta de classes, no marxismo-leninismo como Cunhal recordou. Ser comunista português é manter a fidelidade a um ideário e a uma história da qual pouco se podem orgulhar mas que brilha alto iluminada pela prisão e perseguição de muitos heróis anónimos durante a repressão. Ser comunista é isso, e só lhes sobra renegar, persistir ou morrer. Não há lugar para o aggiornamento. Se renegam aquilo que faz deles comunistas, então tornem-se socialistas ou bloquistas ou PSDs como a Zita Seabra e deixem o PCP aos outros. Até que, tal como o analfabetismo, ele morra pela morte natural das suas envelhecidas hostes.

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