segunda-feira, junho 06, 2005
Vergonha. Vergonha.
Saiu ontem de exibição uma peça de teatro chamada "Visitando Mr. Green" que esteve em cena no Tivoli. Eu assisti à ultima interpretação, levado no total desconhecimento do que ia assistir por uma pessoa com irrepreensivel gosto por Teatro e que se baseou no que pessoa amiga disse.
Foi assim que levado por um conselho de uma amiga de uma amiga me encontrei face a uma peça violentamente anti-semita da qual só não saí a meio por patetice minha e para não desagradar à minha companhia.
Peças como esta não tem lugar nos palcos de uma cidade que se pretende civilizada. Não defenderei a sua interditação porque tal seria contra a liberdade de expressão. Mas admito a minha vergonha pessoal por não ter tido a coragem de sair a meio, mais, de não ter desatado aos berros no meio da sala contra as impropriedades ditas no palco.
Vergonha. Vergonha. Titulei assim este post. Mas não é só a vergonha de quem leva tamanhas ofensas à cena, não é só a vergonha de as ver nos palcos da minha amada Lisboa; é, acima de tudo, a minha vergonha de ter ficado ali, impávido e sereno, até ao fim.
A Tolerancia e a Decencia tem limites e eu, mais por embaraço que por tolerancia, deixei que eles fossem ultrapassados. Não estou contente de mim mesmo. Vergonha. Vergonha. Vergonha.