terça-feira, março 15, 2005
O dever de memória 2
O dever de memória de que já falei, não se aplica só aos outros. Também no nosso País, na nossa História ele existe. E não é menos dever por isso, antes, se houvesse escala seria até maior, porque mais proximo.
Vem isto a propósito de estar em curso um projecto para transformar a sede da PIDE num condomínio privado. Há meses que se sabe disso e, no passado Sábado, realizou-se um ajuntamento (não sei se se pode chamar aquilo uma manif.) de protesto. Vários orgãos da comunicação social noticiaram o assunto (e.g. o Correio da Manhã).
Vem isto a propósito de estar em curso um projecto para transformar a sede da PIDE num condomínio privado. Há meses que se sabe disso e, no passado Sábado, realizou-se um ajuntamento (não sei se se pode chamar aquilo uma manif.) de protesto. Vários orgãos da comunicação social noticiaram o assunto (e.g. o Correio da Manhã).
O dever de memória é não deixar esquecer o que aconteceu. Para que as novas gerações conheçam a sua Historia. Para que não esqueçamos as suas páginas sombrias como nos orgulhamos das luminosas. Até mesmo porque quem esquece o passado está condenado a repetir.
Enquanto houver quem lembre a PIDE/DGS e a Censura, será mais difícil implementar ainda mais novas formas de censura e de perseguição politicas. Já basta as que já existem.
O apagar da História recente, feita por quem quer branquear os anos da Repressão, é apenas um exemplo da ofensiva dos revisionistas sobre o passado sangrento das ditaduras e dos regimes autocráticos de Direita. Cada vez que se fala das vitimas do fascismo italiano, do franquismo ou do salazarismo eles são completamente desvalorizados face os crimes do estalinismo, do maoismo, etc. Quanto aos crimes do nazismo eles são pura e simplesmente negados. Ninguém à Esquerda nega os crimes cometidos por Tito, Pol Pot e todos os outros ditadores de Esquerda. Porquê é que a Direita nega os seus? É porque, no fundo, critica apenas os métodos mas não o fundo das linhas orientadoras?
Resta uma ultima questão. Por muito bonito e central que seja o sítio (e o Chiado é extraordinário) quem é que quer ir viver no exacto local onde era a sede da PIDE? Ou ignorantes ou faccínoras.