quinta-feira, junho 09, 2005
Ainda as declarações de Freitas do Amaral
Não é por teimosia minha, mas insisto em dizer que o Professor Freitas do Amaral não devia ter expresso posições pessoais contrarias às posições oficiais do Governo que integra e, particularmente, no seu próprio Departamento. Está a abrir o flanco a uma posição de fraqueza em futuras discussões. Mesmo que tenha tudo sido previamente combinado com José Socrates.
No entanto, não posso deixar de reconhecer razão ao apelo a uma discussão nacional sobre o designio europeu. Ele tem razão. É urgente fazer esta discussão sobre pena de os cidadãos se irritarem e fazerem descarrilar o comboio não por serem contra a direcção para onde vai mas só por serem contra a maneira como está a ser dirigido. Vejamos parte do Não francês.
No entanto, não posso deixar de reconhecer razão ao apelo a uma discussão nacional sobre o designio europeu. Ele tem razão. É urgente fazer esta discussão sobre pena de os cidadãos se irritarem e fazerem descarrilar o comboio não por serem contra a direcção para onde vai mas só por serem contra a maneira como está a ser dirigido. Vejamos parte do Não francês.
Lido no Expresso
O Expresso Online tem um interessante artigo de Jacques Attali sobre o referendo em França.
Foi escrito antes do 29 de Maio e é claramente pró-Sim. Mas não deve ser ignorado porque a sua analise é boa e o texto é simples. Escrito em portugês (foi traduzido) é do melhor que encontrei sobre o referendo hexagonal.
Foi escrito antes do 29 de Maio e é claramente pró-Sim. Mas não deve ser ignorado porque a sua analise é boa e o texto é simples. Escrito em portugês (foi traduzido) é do melhor que encontrei sobre o referendo hexagonal.
terça-feira, junho 07, 2005
O Senhor Professor não terá apanhado Sol a mais?
Atempadamente expressei a minha opinião que a escolha de Diogo Freitas do Amaral para MNE tinha sido um erro. Não tanto pelos méritos ou deméritos da pessoa mas pelas circunstancias que envolveram a nomeação que não podiam deixar de se prestar a leituras deselegantes e criticas fortes. Além do mais é publica a minha embirração com os ditos independentes.
No entanto, a critica que endereço ao MNE hoje, não decorre da anterior e é inteiramente motivada pelas recentes declarações a propósito do Tratado Constitucional Europeu. Uma vez mais não é spbre o mérito da posição (eu até concordo com ele) mas sim sobre a forma e a oportunidade politica. A um membro de um Governo é pedida solidariedade institucional com as posições do Executivo de que faz parte. Mais inaceitável é quando, mesmo que seja a titúlo pessoal, critica as posições assumidas em assuntos ligados à sua própria pasta. É abrir o flanco a todo o tipo de fraquezas negociais no futuro. Daqui para a frente podemos sempre, e com justa causa, perguntar se o Senhor Professor acha, pessoalmente ecom o intelecto brilhante que todos lhe reconhecemos, se a posição que está a defender é correcta ou não. Ou, igualmente mau, podemos perguntar se ele verificou bem com os seus colegas se aquilo que está a dizer é bem a posição do Governo de Lisboa em vez de ser a de alguém que está, obviamente fora de fase...
Já agora, e como já disse, espero que a posição oficial evolua para ser a mesma que a posição pessoal do Ministro. Mas parece pouco provavél. E é pena porque eu também acho que é estulticia votar um texto obviamente condenado a ser revisto e alterado. Sigamos os camaradas do Non de Gauche e comecemos a escrever o novo texto da futura Constituição.
No entanto, a critica que endereço ao MNE hoje, não decorre da anterior e é inteiramente motivada pelas recentes declarações a propósito do Tratado Constitucional Europeu. Uma vez mais não é spbre o mérito da posição (eu até concordo com ele) mas sim sobre a forma e a oportunidade politica. A um membro de um Governo é pedida solidariedade institucional com as posições do Executivo de que faz parte. Mais inaceitável é quando, mesmo que seja a titúlo pessoal, critica as posições assumidas em assuntos ligados à sua própria pasta. É abrir o flanco a todo o tipo de fraquezas negociais no futuro. Daqui para a frente podemos sempre, e com justa causa, perguntar se o Senhor Professor acha, pessoalmente ecom o intelecto brilhante que todos lhe reconhecemos, se a posição que está a defender é correcta ou não. Ou, igualmente mau, podemos perguntar se ele verificou bem com os seus colegas se aquilo que está a dizer é bem a posição do Governo de Lisboa em vez de ser a de alguém que está, obviamente fora de fase...
Já agora, e como já disse, espero que a posição oficial evolua para ser a mesma que a posição pessoal do Ministro. Mas parece pouco provavél. E é pena porque eu também acho que é estulticia votar um texto obviamente condenado a ser revisto e alterado. Sigamos os camaradas do Non de Gauche e comecemos a escrever o novo texto da futura Constituição.
segunda-feira, junho 06, 2005
Vergonha. Vergonha.
Saiu ontem de exibição uma peça de teatro chamada "Visitando Mr. Green" que esteve em cena no Tivoli. Eu assisti à ultima interpretação, levado no total desconhecimento do que ia assistir por uma pessoa com irrepreensivel gosto por Teatro e que se baseou no que pessoa amiga disse.
Foi assim que levado por um conselho de uma amiga de uma amiga me encontrei face a uma peça violentamente anti-semita da qual só não saí a meio por patetice minha e para não desagradar à minha companhia.
Peças como esta não tem lugar nos palcos de uma cidade que se pretende civilizada. Não defenderei a sua interditação porque tal seria contra a liberdade de expressão. Mas admito a minha vergonha pessoal por não ter tido a coragem de sair a meio, mais, de não ter desatado aos berros no meio da sala contra as impropriedades ditas no palco.
Vergonha. Vergonha. Titulei assim este post. Mas não é só a vergonha de quem leva tamanhas ofensas à cena, não é só a vergonha de as ver nos palcos da minha amada Lisboa; é, acima de tudo, a minha vergonha de ter ficado ali, impávido e sereno, até ao fim.
A Tolerancia e a Decencia tem limites e eu, mais por embaraço que por tolerancia, deixei que eles fossem ultrapassados. Não estou contente de mim mesmo. Vergonha. Vergonha. Vergonha.
quarta-feira, junho 01, 2005
E agora camaradas?
Eu admito não seguir com atenção a política dos Países Baixos. Não é um País do qual me sinta proxima, é uma cultura que mal conheço e uma língua que não percebo. Para acrescento, nunca simpatizei muito com os neerlandeses que conheci. Por tudo isto, a política dos subditos na Casa de Orange-Nassau é-me bastante desconhecida e não sou capaz de elaborar sobre o Nee de hoje.
Caso assaz diferente é o Hexágono. É um País que conheço ainda que apenas supercialmente, uma cultura que aprecio e admiro e uma política que sempre me interessou. É por isso que não posso deixar de acusar de desonestidade intelectual, ignorância ou idiocia aqueles que insistem em ler no Non de Domingo uma rejeição da ideia europeia. É obvia que ela existe e que os soberanistas de de Villiers e os lepenistas podem estar orgulhosos do referendo.
Mas há outras razões do Non, nomeadamente o Non de gauche. E esse é o que me interessa. Ou melhor, os seus defensores é que me interessam. Para lhes perguntar: E agora camaradas?
E agora o que é que se segue? Não falo das manobras de Hollande, DSK e outros para impedir Fabius de capitalizar o recente sucesso. E, apesar de ser tido por fabiusiano, não preocupado a pensar como o mais jovem 1º Ministro da Vª pode utilizar este Maio para se catapultar para o Eliseu em 2007. Também não falo da mudança de Raffarin pour de Villepin.
O que é quero saber é o que se segue para o sonho europeu visto da Esquerda? Qual é o Vosso plano, agora que conseguiram o Vosso objectivo imediato? Que nós façamos uma União sem la République? Que se convoque uma nova Convenção? Que se desista dos Estados Unidos da Europa?
O que vai pela cabeça da Direita Francesa, neste momento, interessa-me pouco. Para dizer a verdade, nos outros momentos interessa-me cada vez menos, mas isto são outras historias. O que me interessa é saber o que pensa a Esquerda que votou contra.
Dizia-me ontem um camarada françês que esta recusa não é um fim mas um principio. O principio da construção de uma Europa que Social, Laica, Democrática e Republicana como todos (eu o primeiro) desejamos. Mas, além des bons mots existe um plano real? Nem que seja convocar Congresso (re)fundador como Epinay, correr com Hollande e os outros que advogaram o actual Tratado e (re)definr a Esquerda Francesa. Mas alguém que me diga o que raios estava na Vossa cabeça quando meteram a cruzinha pelo Non de gauche. Porque eu não vislumbro a resposta.
Caso assaz diferente é o Hexágono. É um País que conheço ainda que apenas supercialmente, uma cultura que aprecio e admiro e uma política que sempre me interessou. É por isso que não posso deixar de acusar de desonestidade intelectual, ignorância ou idiocia aqueles que insistem em ler no Non de Domingo uma rejeição da ideia europeia. É obvia que ela existe e que os soberanistas de de Villiers e os lepenistas podem estar orgulhosos do referendo.
Mas há outras razões do Non, nomeadamente o Non de gauche. E esse é o que me interessa. Ou melhor, os seus defensores é que me interessam. Para lhes perguntar: E agora camaradas?
E agora o que é que se segue? Não falo das manobras de Hollande, DSK e outros para impedir Fabius de capitalizar o recente sucesso. E, apesar de ser tido por fabiusiano, não preocupado a pensar como o mais jovem 1º Ministro da Vª pode utilizar este Maio para se catapultar para o Eliseu em 2007. Também não falo da mudança de Raffarin pour de Villepin.
O que é quero saber é o que se segue para o sonho europeu visto da Esquerda? Qual é o Vosso plano, agora que conseguiram o Vosso objectivo imediato? Que nós façamos uma União sem la République? Que se convoque uma nova Convenção? Que se desista dos Estados Unidos da Europa?
O que vai pela cabeça da Direita Francesa, neste momento, interessa-me pouco. Para dizer a verdade, nos outros momentos interessa-me cada vez menos, mas isto são outras historias. O que me interessa é saber o que pensa a Esquerda que votou contra.
Dizia-me ontem um camarada françês que esta recusa não é um fim mas um principio. O principio da construção de uma Europa que Social, Laica, Democrática e Republicana como todos (eu o primeiro) desejamos. Mas, além des bons mots existe um plano real? Nem que seja convocar Congresso (re)fundador como Epinay, correr com Hollande e os outros que advogaram o actual Tratado e (re)definr a Esquerda Francesa. Mas alguém que me diga o que raios estava na Vossa cabeça quando meteram a cruzinha pelo Non de gauche. Porque eu não vislumbro a resposta.