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segunda-feira, janeiro 31, 2005

 

Eleições no Iraque

Eu nunca pensei vir a dizer isto mas Paulo Portas teve razão. Não em tudo o que disse, Deus nos livre, mas especificamente no caso da participação eleitoral no Iraque.

A Comissão Eleitoral Iraquiana indicou que a afluência às urnas situou-se entre os 60 e os 75 por cento. Considerando que uma parte dos potenciais eleitores não votaram por medo de represálias ou por sectarismo comunitário a participação não pode deixar de contar como apoio ao processo em curso.

Tal facto não desculpa as torturas, não nos faz acreditar nas armas de destruição massivas que todos nós sabíamos que não existiam e que a Administração norte-americana já reconheceu não ter encontrado, não nos faz esquecer os contractos da Halliburton e as reservas de petróleo. Não faz esquecer as centenas de mortos antes e depois da declaração de George W. Bush, em cima de um porta-aviões cujo nome esqueci de que a “guerra tina acabado”.

Mas faz voltar a acreditar que no fim de tudo, de um período de transição longo e que ameaça eternizar-se, os iraquianos vão viver melhor, mesmo que num protectorado norte-americano, que viviam em ditadura baahista. Recorda-nos que a Liberdade e os Direitos Humanos são sempre valores maiores que a Nação.

Resta aquardar 10 dias para conhecer os resultados.

domingo, janeiro 30, 2005

 

Ridiculos sentimentais

Hillary Clinton acusava a vast right wing conspiracy de querer derrubar o seu marido; João Soares dizia que havia uma cabala montada contra Eduardo Ferro Rodrigues e o PS , durante a semana que agora acaba, o inenarrável Pedro Santana Lopes afirma que existe uma fraude montada pelas empresas de sondagens contra o PPD/PSD.

É bem verdade que o ridículo não mata. Esta gente não se enxerga?

Independentemente das nossas opiniões sobre o fundo dos assuntos (eu acho que João Soares tinha razão, Hillary Clinton mais ou menos e Santana Lopes bastante menos) a forma é deplorável. Não só é deselegante como apela ao sentimento. A vitimização é tão deplorável e quase tão baixa politica com os ataques públicos. Pior só mesmo a mentira, a calúnia, os rumores.

sábado, janeiro 29, 2005

 

IPSS

Fernando Negrão, ministro de um Governo demissionário e, portanto, de gestão, informou todos nós que vai passar o património e a gestão de vários centros de acolhimento de crianças para a sociedade civil. É uma maneira airosa de dizer que as vai privatizar. Mas o ministro não se esqueceu de recordar que os Institutos Particulares de Solidariedade Social não são bem empresas privadas e portanto isto não é bem uma privatização. Até mesmo porque o Estado continua a pagar os ordenados e a dar um montante para as despesas correntes.

No anuncio da medida, com um óptimo sentido do apelo ao sentimento, o ministro contou caso de jovens rapazes que nem tinham agua quente para o duche. È dramático e ainda bem que se faz alguma coisa. Confrontado com uma jornalista da TSF que perguntou o obvio – Porque é que o Estado não faz melhor em vez de entregar o assunto a privados ? –, o ministro lá acabou, após algum jogo de cintura por explicar que ma grande vantagem é que o Estado não devia fazer aquilo que a iniciativa privada pode fazer.

Em primeiro lugar eu não percebo porque é que se passa também o património. A ideia de contractualizar com a sociedade civil algumas prestações tradicionalmente executadas pelo Estado não me choca. Eu sou de Esquerda mas não sou comunista. Admitamos a gestão das instituições. Mas passar um património, nomeadamente imobiliário, por vezes valioso não deixa de ser estranho. Ainda mais quando o próprio ministro anunciou subsídios extraordinários para ajudar à manutenção. Parece-me que só as IPSS é que ficam a ganhar com este negocio. O ministro a única coisa que recebe em troca “menos Estado” um mantra dos neoliberais reganistas/tatcherianos.

Em segundo lugar eu interrogo-me sobre a absoluta bondade da operação. Existem prestações que de que o Estado não pode demitir-se ou, sequer, franchisar. E isto por principio. A Defesa, a Segurança Publica ou a Justiça são assuntos sobre os quais todos concordamos. A promoção da Igualdade, a Segurança Social, a defesa do consumidor, entre outros são assunto sobre os quais só concordamos aqueles que estamos à Esquerda. No caso concreto eu debato-me sobre a existência de um dever do Estado de cuidar das pessoas e a constatação de que os IPSS o fazem muitas vezes melhor.

A meu ver a resposta certa é a contida na pergunta da jornalista da TSF – o Estado tem que fazer o upgrade dos seus serviços – e não demitir-se pura e simplesmente de cuidar dos seus cidadãos, principalmente os mais débeis.

Todos, à Esquerda e à Direita, reconhecemos que o tamanho e a falta de eficiência do Estado são um problema. Só os empregados públicos é que não. Mas a Direita clama por “menos Estado” e a Esquerda por “melhor Estado”. É uma das muitas diferenças que nos separam e que a Direita tenta mascarar.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

 

PTP e o BCP

A semana começou com o anuncio que o Eng. Jardim Gonçalves ia passar a presidência do BCP a Paulo Teixeira Pinto.

Paulo Teixeira Pinto deve ser um competente quadro e dirigente porque ninguém, eu o primeiro, acredita que o Engº Jardim Gonçalves entregue o “seu Banco” a um talento menor. Eu não sigo com atenção as evoluções do mundo da alta finança e desconheço pormenores das realizações recentes de Teixeira Pinto, mas não tenho duvidas que são muitas e de muita qualidade.

O Dr. Teixeira Pinto tem no seu curriculum vitæ, entre outras actividades ilustres, o ter pertencido às equipas governativas do Professor Cavaco Silva. É coisa que não deslustra a alguém que chega aos 44 anos a presidente do maior banco privado nacional.

De acordo com a imprensa ele é católico, conservador, monárquico e próximo do Opus Dei. Dizem-me, mas não sei se é verdade, que na Universidade teria andado com suásticas ao peito. O assunto ou é uma infame calunia ou é un péché de jeunesse.

Estou seguro que, à frente da prestigiosa instituição, o Dr. Teixeira Pinto continuará a trilhar a senda do sucesso pessoal e o banco crescerá, na linha traçada pelo Eng.º Jardim Gonçalves.

Uma pequena e humilde nota final: podiam-me emprestar umas massas que eu tenho uma não súbita mas cada vez maior e mais urgente vontade de emigrar deste V/ País? É que cada vez mais me é difícil dizer e sentir que é também meu. Nem um niquinho.


quinta-feira, janeiro 27, 2005

 

O dever de memória

Não tenho palavras para falar da Shoah. Perante tamanho horror, tudo o se me ocorre é insuficiente. Leiam as memórias dos sobreviventes que, enquanto eles estiverem vivos, a nós, os outros, só sobra curvar a cabeça em silêncio respeitoso.

Quando a geração que tem os numeros tatuados nos deixar, então e só então, nós teremos o direito de falar. Mas aí teremos também, e acima de tudo, o dever de falar. Pelo dever de memória. Por eles que já cá não estão. E por todos os que cá estão e todos os que ainda vão chegar. Para que não se repita. Para que nunca se repita.

Por isso, quero assinalar aqui o 60º aniversário da libertação de Auschwitz. De luto por todos os desaparecidos.

 

Eu bem me parecia.

Diogo Freitas do Amaral veio a terreiro assumir o voto no Partido Socialista (cf. revista Visão.

Eu sabia que havia uma razão qualquer para, há mais de 15 anos, eu ter feito campanha por ele. Afinal o senhor não é assim tão à Direita como na época se dizia.

quarta-feira, janeiro 26, 2005

 

SLB Allez!

O Benfica qualificou-se, esta quarta-feira, para os quartos de-final da Taça de Portugal em futebol, depois de bater o Sporting no desempate por grandes penalidades (10-9), no Estádio da Luz.

Ou seja:

Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos ! Ganhámos !




terça-feira, janeiro 25, 2005

 

Debater ou não debater, eis a questão

José Sócrates devia fazer mais debates com Santana Lopes. Não por uma razão objectiva, não porque "a democracia manda que" ou qualquer explicação desse teor.

O Secretário Geral devia ceder à chantagem politica a que está a ser submetido porque assim parece que está a fugir. Fazer mais debates pode parecer fraqueza porque cede, não fazer parece cobardia porque foge.

A Direita não parece capaz de fazer algo mais que promessas facilmente desmontáveis e ataques pessoais a Secretário Geral do PS e aos seus antecessores (António Guterres e Jorge Sampaio).

 

Melinda e Melinda

No fim de semana fui ver o ultimo filme de Woody Allen. As historia é conhecida de todos: um autor de comédias e um de tragédias contam duas versões da mesma historia. São duas versões da vida, como o copo 1/2 cheio e/ou 1/2 vazio. A estrutura do filme faz lembrar Sliding Doors, um filme de 98 ou 99 com Gwyneth Paltrow.

A musica, como sempre nos filmes de Allen, é muito boa. Só os exagerados preços me impediram de o ir ver ao Casino, tal é a minha sintonia com os gostos musicais do senhor.

Eu tenho a impressão de ter visto um microfone de gravação numa das cenas iniciais do filme. Custa-me a acreditar porque um erro destes seria cortado na mostagem, mas estou convencido disso. De qualquer maneira não dou mais 5€ por um bilhete. Talvez tire as minahs duvidas em video.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

 

Falta de vergonha

Oa cartazes da JSD com ataques pessoais a José Sócrates são um movimento mais, na curva descendente do nível desta campanha.

domingo, janeiro 23, 2005

 

Manuel Alegre

Bastava ter ouvido a intervenção de Manuel Alegre ontem, na Convenção do PS no Estoril, ou a ovação que os seus camaradas lhe prestaram para perceber porque é que:

Mas, como recentemente disse, hoje o Partido Socialista e a grande maioria da Esquerda democrática e séria estão unida no seu apoio a José Socrátes. Que a Direita não tenha disso duvidas.


sábado, janeiro 22, 2005

 

Disclaimer

Como já se percebeu, eu vou votar no José Sócrates e no PS. À face da Constituição da Republica eu devia dizer só que vou votar no PS mas isso seria uma infantilidade. Por muito que tal nos desagrade é preciso a honestidade mental de reconhecer a importância do Primeiro Ministro e a subalternização do Parlamento na condução dos assuntos públicos. Não estou muito contente com a personagem mas também não vai ser nenhum sapo. O Secretário Geral do PS é um politico de Esquerda e as divergências de posição que tenho com ele são bem menores que as convergências.

E, por outro lado, devo assumir que se algumas das divergências são porque eu estou ligeiramente mais à Esquerda outras são porque eu estou, em determinados assuntos, mais alinhado com a Direita. Já ninguém é monolíticamente de Esquerda e de Direita e, face alguns temas, nem sempre é evidente de dizer qual é a posição de Esquerda ou de Direita.

Não sei se alguém me lê. Desconfio que não. Mas dado o caso que assim não fosse, ao menos Vocês sabem as minhas posições e as linhas com que eu, e por extensão este blog, me coso.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

 

Olha que chatice

Nuno Cardoso atacou a Justiça em termos inaceitáveis para um político com as responsabilidades inerentes a quem foi Presidente da Camâra e é Presidente da Concelhia do PS no segundo maior concelho do nosso País. As suas declarações são um embaraço para o PS e o Secretário Geral José Sócrates foi rapido a dissociar-se.

Hoje o FCP saiu em defesa de Nuno Cardoso. Talvez pense com isso que vem a ganhar pontos junto das estruturas do Partido Socialista. Talvez sim ou talvez não.

O que é verdade é que politicos como Nuno Cardoso são uma chatice para os apoiantes do PS como eu. E o FCP estar remotamente associado à Esquerda é uma chatice ainda maior.

Não é que eu seja clubista mas porque é que o Mundo não se divide em Benfiquistas à Esquerda e lagartos e andrades à Direita? Era tão mais simples não era? Pelo caminho o Jorge Sampaio deixava de ser considerado de Esquerda o que não era mau de todo e pronto. Se eu fosse um quadro ou um dirigente partidario não podia dizer estas coisas nem num blog que ninguém lê. Mas como sou só um cão tresmalhado não há espiga.

 

Luvas: da peliça para o boxe.

À 3 dias escrevi neste blog que a campanha tinha começado e que as luvas se tinham tirado. Este comentário, inspirado pelas declarações do passado fim de semana, veio a revelar-se um understatement ao nível de "Houston we have a problem". Comparados com as inanidades ouvidas e vistas nesta semana, o que se disse no fim de semana passado até são trocados.

Primeiro Santana Lopes brindou-nos com uma versão da teoria da conspiração digna dos mais destrambelhados membros da Milícia do Montana. Tanto quanto percebi das declarações que a TSF retransmitiu, ele teria sido demitido por um estranho complot entre o Presidente Sampaio, a Banca e redes de influencia não explicadas. Faltou a influencia dos Illuminati, CFR, Rosa-Cruz, a Máfia e de todos os outros grupos de que os teóricos da conspiração normalmente usam para "justificar" as suas delirantes ideias. Não desesperemos que Santana Lopes adora fazer-se de vitima e não pode estar sempre a culpar Cavaco Silva. Daqui até 20 de Fevereiro ele ainda tem tempo para vitimsar-se culpando os aliens, os comunistas ou a Opus Dei da queda do seu Governo.

Depois foi a acusação da nomeação pretensamente feita por José Sócrates e que, na realidade, foi feita por Isaltino Morais.

A pressa no ataque indiscriminado, o desejo do soundbite para os media e o gosto do confronto misturados com a ausência de ideias e de credibilidade empurra Santana Lopes, de seu ordinário um hábil politico, para as mesmas asneiras e trapalhadas que, na campanha, continuam os erros da sua governação. Santana Lopes é um homem inteligente e educado mas, infelizmente para ele, não tem "espessura". Não que não tivesse capacidade para a ter, mas não tem. E pela força das circunstancias e das suas fraquezas Santana torna-se num arruaceiro, fazendo o gosto à maioria do povo de Direita mas alienando todos os seus quadros.

O final da semana foi povoado pela mais baixa das baixezas - um ataque à vida pessoal. Pode ser uma calunia ou pode ser verdade. Mas se for verdade em que forma é que isso afecta a capacidade politica das pessoas? Seja lá o que for é indigno e demonstra o estado de pânico a que a Direita chegou.

É triste.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

 

Imprensa

O Diário de Noticias de ontem (19 de Janeiro) anunciava ao alto da primeira página a lista dos seus novos colunistas e que incluem, entre outros, Daniel Proença de Carvalho e Pedro Ferraz da Costa. Independentemente das opiniões de cada um, com as quais podemos concordar ou discordar, o alinhamento é de qualidade e o DN está de parabéns por isso.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

 

Televisão

Existe um só crime absolutamente imperdoável no panorama audiovisual nacional – perder as entrevistas de Ana Sousa Dias na 2:. Vão em onda às 10 para a meia noite das 2ª feiras.

Todos os programas que eu vi são extraordinários. O desta semana com Patrícia Reis, a editora da revista Egoísta, foi excelente. Estou certo que também o são aqueles que perdi. E nisto há um mérito próprio dos sujeitos escolhidos mas, e arrisco acima de tudo, há um enorme mérito da autora.

É necessário e urgente dar perenidade a estes momentos que são imperdíveis mas não devem ser irrepetíveis. Uma colecção de DVDs com as gravações do “Por outro lado” ou um livro com as transcrições das entrevistas/conversas impõe-se. Para quando?

terça-feira, janeiro 18, 2005

 

Começou a campanha

Neste fim de semana descalçaram-se as luvas da pré-campanha. No JN de Sábado o inenarrável Pedro Santana Lopes lança as primeiras farpas ao PP e, no final do dia, Luis Filipe Menezes recorda com veemência aos seus parceiros do Partido Popular que não podem estar a insinuar que todos os erros e maldades da coligação são do PSD e reclamar para si todas as virtudes. En passant recordou que Paulo Portas esteve bem enredado no caso da Universidade Moderna e que o PSD sempre o apoiou. Só faltou dizer que “quem não tem telhados de vidro...”.

No Domingo ainda o mesmo Santana Lopes, que na véspera tinha dito no JN que só se ia meter na campanha a partir do seu início formal, lançou-se numa diatribe contra José Sócrates em que lhe chamou varias coisas antipáticas. O PS, em que o Secretário Geral se tenta preservar e ganhar estatura de Estado, lançou Jorge Coelho “às canelas” do Presidente do PSD. Coelho, no seu mais puro estilo, deu uma resposta trauliteira que desceu ainda mais o nível, já baixo, em que Santana Lopes a tinha deixado.

Assim vai a coisa publica e temos alguma razão para temer que assim vá a causa publica.

 

As virtudes da Gula

Desde os anos de Técnico que eu sou amigo d'"o Gordo". O rapaz é assim chamado porque, como certamente adivinham, é obeso para caramba. Ele sempre teve uma barba à bin Laben o que, associado aos fatos escuros e aos chapeus pretos que agora usa, lhe valeu a alcunha de "o Rabino". Alcunha esta que tem a vantagem que a gente lha diz na cara enquanto que a outra sempre evitamos. O facto de não termos acabado a licenciatura e trabalharmos ambos em informatica de gestão faz com que ele seja um dos poucos contactos do IST que me restam.

"O Gordo", ou melhor "o Rabino" foi este fim de semana comer rojões com papas de sarabulho para Braga. 4 horas de comboio de ida e outras tantas de volta só para se empaturrar com mais colesterol que é permitido pela OMS para toda uma vida e para ganhar mais meio quilo, como se ele não tivesse já quilos a mais.

A estas criticas ele respondeu que fez 8 horas de comboio para estar 4 horas à mesa com amigos. Até podia ter comido raspas que o que vale é a companhia mas, já gora, comeu bem.

Ele não deixa de ter razão, umas das virtudes da Gula é o culto da boa companhia. As montanhas de comida entratanto devoradas são só pretexto para as anedotas, o refazer o Mundo, o por a escrita em dia. E,como ele diz, é bem mais convivial o encontro à volta de uma mesa que a correr a meia maratona de Lisboa.

"Há males que vem por bem", diz o ditado. Neste caso é mais "Há bens (o convivio) que vem por mal (o almoço)". Mas a verdade é que eu e a maioria dos meus amigos não fazemos 8 horas de viagem para ir almoçar com amigos de Braga. Eu nem sequer conheço ninguém em Braga. Nisso o Gordo leva a palma a todos nós.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

 

Belém

No Congresso do PSD-Açores Mota Amaral perfilou-se, uma vez mais, como possível candidato a Belém. Este papel, em que ele é regularmente posto, desta vez assenta-lhe melhor. Há talvez mais condições para o ver a aceitar a nomeação que antes se não recusou também não encorajou activamente. Para mais se Cavaco Silva não avançar.

À Esquerda, Guterrres cada vez mais parece ser o unico concorrente. A seguir às eleições legislativas ele vai ter que dizer se avança ou não. Se não, eu espero que Manuel Alegre capitalize a boa vontade e as boas vontades angariadas na campanha para Secretario Geral e avance.

 

As partidas que nos prega a idade

Sábado fui ao Teatro Estudio Mario Viegas ver "A Casa da Boneca". Eu já tinha visto peça duas vezes. A primeira no final dos anos 80/inicio da década seguinte com as interpretações de Natalia Luiza e Antonio Rama. A segunda em televisão e da qual retive poucos detalhes, provando a minha ideia que o Teatro é uma linguagem de cena e que a linguagem dos ecrans é diferente.

Da trama e dos personagens recordava quase todos os detalhes: a tarantela de Nora Helmer, o paternalismo de Torvald, da relação passada de Christine Linde e Nils Krogstad, a falsificação da assinatura, "o papá" morto, etc. Recordo Nora como uma mulher forte que parece não o ser para agradar à sociedade e por facilidade. Na sua força interior tão semelhante a Hedda Gabler e uma espécie de anti-Blanche DuBois; se bem que, exteriormente e comportamentalmente, possam haver pontos de encontro. O "Eu não aceito a ajuda de estranhos" que Nora diz na sua cena final é, na minha imodesta opinião, uma antitese à célebre "I always depend upon the kindness of strangers" e, cada uma à sua maenira, ilustram duas maneiras de estar na vida que hoje co-existem. O que é quase revolucionario é que, quando Ibsen escreveu a sua peça, não deviam existiriam muitos exemplos de mulheres como Nora (a Nora do final, a Nora que decide ser autonoma).

É por isso que a partida que me pregou a minha memória é assuatadora ou interessante, depende de como se a encarar. Eu não tinha qualquer recordação do Dr. Rank. Este médico à beira da morte que hoje me pareceu dos personagens mais simpaticos e com os quais posso desenvolver maior empatia tinha desaparecido completamente das minha recordações. Mesmo a sua cena com Nora, tão importante para a definição junto do espectador do caracter desta, tinha sido apagada. Será porque há 15 anso atraz a morte me parecia bem mais distante? Sera que, ao envelhecer e ao ver morrer pessoas que me são proximas e queridas, eu compreeendo melhor um personagem que está preocupado com a Morte enquanto dos outros estão preocupados com o dia-a-dia? Seja lá porque razão for, a coisa é interesante.

O Espresso deste fim de semana traz uma competente critica à produção que a Companhia Teatral do Chiado leva actualmente à cena. Acertada a critica sobre a transposição da peça para os nossos dias onde pouco sentido faz "ir para o Sul para repousar", coser bainhas de saias na antevespera de Natal ou dançar a para entrever os convidados. Pouco posso acrescentar ao texto que, infelizmente, não vem assinado. Uma linha só para acrescentar que o espetáculo vale a pena. Não só o texto é soberbo mas o resto é, genericamente, positivo.

terça-feira, janeiro 11, 2005

 

Pois

Eu sei que isto é bater no ceguinho. Mas não posso deixar de estrar estarrecido com o facto de Morais Sarmento pôs o lugar dele à disposição de Santana Lopes.

Mas qual lugar? O de ministro de um Governo de gestão que não tem nada melhor para fazer que gastar 80 mil euros para ir entregar material em segunda mão que, provavelmente, vale menos?

Santan Lopes reafirmou a sua confiança neste senhor. Hã, pois né?

segunda-feira, janeiro 10, 2005

 

Fim de reino

Os mergulhos de Morais Sarmento em São Tomé e Princípe não deviam ser mais do que fait divers. Todos aqueles que já tiveram a necessidade de viagar em trabalho, aproveitaram de uma maneira ou de outra, a oportunidade para fazer turismo. Seja por utilização do milleage para proveito próprio, seja levando o conjuge numa viagem de trabalho, seja ficando mais um fim de semana no local de destino para, come se dizia no meu tempo de catraio, "laurear a pevide".

Em primeiro lugar é preciso que isto nã fique mais oneroso ao nosso empregador. Ou seja, se leva a esposa então paga a viagem dela, se fica o fim de semana paga as noites suplementares, etc. Em segundo lugar é preciso haver transparecia e clareza na coisa. Eu fiquei muitos fins de semana a fazer turismo nas cidades on o trabalho me levou, mas a minha chefia sabia-o bem e a empresa nunca pagou um centimo a mais.

No caso dos cargos políticos, a estas regras associam-se que outras decorrem da natureza propria das funções desempenhadas - a aparencia de impropriedade é quase tão grave como a dita impropriedade.

Em todas os critérios, Nuno Morais Sarmento falhou:

Por isso, Não estamos perant mais um fait divers mas perante mais uma argolada política.

Ora Morais Sarmento não é completamente estúpido. Ele tem certamente a consciência que algumas coisas são permitidas aos políticos, mais ainda aos lame ducks, mas nada passa desapercebido em campanha. Um dislate destes só se pode explicar pela certeza da não reeleição e consequente impunidade de quem sabe que, independentemente das suas acções não será julgado por elas. Não porque não haja julgamento, mas porque a pena já está traçada, em função dos muitos e muito graves crimes anteriores.


 

Mahmud Abbas ganhou as eleições para a Presidência da Autoridade Palestiniana

Mahmud Abbas ganhou as eleições para a Presidência da Autoridade Palestiniana. Esperemos que seja o início de uma nova era para o conflito do Médio Oriente e que a sua actitude faça esquecer a intransigência e as tácticas da "velha raposa" que foi Arafat.

Assim como a morte de Savimbi foi necessária para a paz em Angola (e, notem que não estou a fazer a apologia do assassínio) esperemos que, com a morte do raïs se possa, finalmente, começar a caminhar para uma paz duradoura e para negociações baseadas em posicões realistas.


quarta-feira, janeiro 05, 2005

 

Olha a novidade

A Ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, disse que não ia à Assembleia da República para dar a sua versão do "caso da colocação dos professores" porque a sua presença não seria relevante.

Olha a novidade. Que a Senhora Ministra não era relevante a gente já sabia.

Mais relevante, e bastante triste é achar, como ela acha, que uma conferencia de imprensa substitui a presença no Parlamento. É menosprezar a Assembleia e sobrevalorizar a Comunicação Social.

Os estadistas governam para a proxima geração.
Os politicos para a proxima eleição.
Este Governo para a proxima edição.

 

Porra para os independentes

Há coisas que nunca percebi e, confesso, não creio que um dia venha a ser suficientemente inteligente para perceber. Uma delas é a presença de independentes nas listas de candidatos a deputados. Principalmente em lugares elegíveis.

Um Partido é, na minha imodesta opinião, um conjunto de pessoas que:

  1. Partilham de uma visão comum da sociedade, da “sociedade ideal” e da Historia. Essa visão está expressa nas suas declarações de princípios e em outros documentos programáticas e, muitas vezes, está (ou devia) estar marcada pela sua história e pela história das correntes políticas a que pertencem e de que se reclamam.
  2. Partilham uma visão comum das acções que se impõem no curto e médio prazo para o Estado (e, no nosso caso, também para a União) para implementar essa visão. Essas acções estão corporizadas no Programa de Governo que os Partidos apresentam e que, normalmente, é (uma vez mais devia ser) sequencia de decisões aprovadas em Congresso ou num órgão equivalente.
  3. Partilham as Regras e Regulamentos internos do Partido, trabalho partidário, semanas e meses de esforço comum para fazer passar a sua mensagem e atingir o maior numero possível de eleitores.

Basicamente um independente é alguém que acredita pelo menos no ponto 2. Ou seja, está de acordo com as acções a tomar no curto e médio prazo, uma vez que se compromete a ir para a AR defender precisamente isso. Como é óbvio eu estou a excluir os mentirosos, os hipócritas, etc.

Sendo alguém que não acredita nas mesmas grandes opções (ponto 1) porque é que acredita nas mesmas acções de médio/curto prazo? É apenas por oportunismo conjuntural? Afinal os USA e a URSS foram aliados contra um mal maior que era o Eixo. Mas sendo assim, como não se pode prever todos os acasos políticos da próxima legislatura, o bom senso aconselha a não levar ao Parlamento tal tipo de pessoa.

Logo, o único independente aceitável seria aquele que comunga de 1 e 2 mas não é filiado. Ou seja, não está para se dar à chatice de se submeter às Regras, de pagar as quotas, de dar o seu tempo para a militância do dia a dia, de ter que levar com os enxovalhos e as piadas dos colegas de escritório cada vez que os dirigentes fazem burrada (e Deus sabe que são muitas). Tem sempre a posição fácil que é a de dizer “Ah mas eu não sou filiado” quando as coisas dão para o torto.

Basicamente é um calão, para não dizer um parasita, que deixa as tarefas chatas para o militante de base mas que se apresenta pronto a tomar um lugar nas listas de deputados e, eventualmente, nas bancadas parlamentares quando “cheira a Poder”. E, mesmo aí, evocará o seu estatuto de independente para não se comprometer muito.

O senso comum diz que a essas pessoas é oferecida tal tipo de lugares porque:

Sempre me escapou porque é que os militantes dos Partidos aturam esses “independentes paraquedistas” nas suas listas. Mesmo admitindo que o seu “star appeal” traz mais votos e que esses votos se traduzem em mais lugares de deputados, esses lugares são precisamente os que eles ocupam e portanto o resultado é mais ou menos “soma nula”.

Isto não quer dizer que os Partidos devem ser organismos autistas e fechados ao resto da sociedade como o PCP. Devem ser organizações à escuta quer das preocupações dos eleitores quer das propostas de solução. Ninguém nasce com a verdade absoluta no bolso e, como é natural, boas ideias existem dentro e fora de qualquer organização humana. “Hors de l’Église, point de salut” só faz sentido precisamente porque ela se reclama de ser uma organização não humana. Mas a permeabilidade aos outros deve terminar nalgum sitio e a sede do poder nas democracias representativas – os Parlamentos – é precisamente esse ponto de não retorno.

Eu admito que a constituição dos círculos eleitorais e o seu preenchimento – círculos distritais e regra de Hondt – não são perfeitos. Pessoalmente eu favoreço a ideia de uma só Câmara de, digamos 250 lugares, dos quais 150 são uninominais preenchidos pelo sistema de “first around the pole” e 100 por um circulo nacional preenchido pelo método de Hondt. Criaria uma casta de “senadores” e outra de “procuradores” que eu acho muito positivo. Mas isto sou só eu a discorrer e afastei-me do ponto.

E o ponto é que vivemos numa democracia parlamentar alicerçada num sistema de partidos. Portanto faz todo o sentido ser-se um independente partidário e fazer-se Arte, pasteis de nata ou paredes. Mas não faz sentido ser independente e querer fazer politica. A menos que querer subverter o sistema é a mesma coisa que querer ser dentista mas não ter uma cadeira de tortura no consultório.

Repito: isto não quer dizer que os Partidos não devem escutar a sociedade civil. Devem e muito. Mas depois devem fazer as suas escolhas ponderando as necessidades que lhes forem transmitidas e as soluções que lhes forem sugeridas pelos seus princípios (o tal ponto 1) para que não se descaracterizem. A politica é para os políticos como a construção civil é para os pedreiros, engenheiros e patos bravos e a informática para os informáticos.

Uma ultima nota para dizer que o apoio de não filiados aos Partidos que, num determinado momento, eles reconhecem como o melhor posicionado para defender os melhores interesses a Republica e dos cidadãos num determinado momento e, particularmente, nos períodos eleitorais. Mas esse apoio não deve ser “pago” com benesses, honrarias e lugares imerecidos.


Recordo com saudade uma grande senhora da cultura que apoiou um Partido (infelizmente para mim um Partido de Direita) e um Líder em que acreditava. Apoiou com a sua presença em tempos de antena e numa ocasional acção de campanha. Chegou a emprestar o seu brilho do seu nome às listas de candidatos. Mas no ultimo ou penúltimo lugar dos suplentes do seu distrito


terça-feira, janeiro 04, 2005

 

Graças a Deus que o ridiculo não mata

Cavaco Silva é, mais do que Francisco Sá Carneiro, o grande referencial do PPD/PSD no imaginário nacional. Claramente não o é no interior do Partido e resta ver se é ou não no eleitorado fiel. Mas, repito-me, no eleitorado at large e, por conseguinte, no flutuante o Professor Cavaco leva a palma ao advogado portuense da Ala Liberal do marcelismo. O inenarrável Pedro Santana Lopes sabe isso e Cavaco tem suplantando o Fundador do Partido no discurso recente do Primeiro Ministro.

Por isso, a recusa do Professor de Boliqueime, de dar a cara nos cartazes de campanha é mais uma "facada nas costas" do "bebé na incubadora" laranja. Seja-me perdoada a mistura de imagens de estilo. Até aqui, nada de novo.

No entanto, ao desvalorizar a recusa, Santana Lopes baixa-se a um nível que só pode ser considerado de ridículo. Juntemos a esta história o caso Poncio Monteiro e digamos que, só pelo que se passou hoje, as santanetes devem dar graças a Deus que o ridículo não mate, senão perdiam o Luz dos seus olhos.

Sejamos honestos, a confusão em torno do nome de Paulo Pedroso em Setúbal, a (para mim inexplicável) posição cimeira de Matilde Sousa Franco no distrito de Manuel Alegre e Fernando Valle, a continuação do pacto com os movimentos católicos que António Guterres impôs a um Partido que era republicano e laico são tantos outros exemplos que provam que o ridiculo não ataca só à Direita.

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