segunda-feira, fevereiro 28, 2005
Filmes e actrizes
Keanu Reeves faz o mesmo papel inexpressivo e semi místico que lhe deu fama seja como Neo (da triologia Matrix), Johnny Mnemonic (do filme do mesmo nome) ou como o Jonathan Harker de Dracula. O único ponto alto de todo o filme são as aparições de Tilda Swinton que empresta, e muito apropriadamente, a sua etérea beleza à personagem de um anjo. O papel do anjo eu não percebi, mas que ela é muito bonita é.
Por falar em lindíssimas mulheres, no Domingo à noite, na 2: passou “Sous le sable” um filme com Bruno Cremer e uma Charlotte Rampling que, aos 55 anos, mostra uma presença e deixa entrever uma figura que recorda a quem precise uma das razões porque “O Porteiro da Noite” é um filme de culto.
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
Ganhámos
Ao contrario de muita gente à Direita, eu não acho que a Governação seja uma questão tecnocrática. A Governação é uma questão politica. E votar não é escolher o melhor técnico para o cargo de primeiro ministro mas sim o politico que fará as escolhas possíveis mais próximas dos valores e princípios que são os nossos. Por isso votei PS e, espero, por isso a maioria dos eleitores deram ao Partido Socialista a maioria. Saibam os nossos dirigentes escolher bem o caminho a trilhar nos 4 anos que estão à nossa frente e, no final, haverá um Portugal não só mais desenvolvido e mais competitivo mas também mais solidário.
Para além da maioria parlamentar do Partido Socialista há também uma sólida maioria sociológica de Esquerda. Estas duas maiorias retiram qualquer álibi para uma governação de “socialismo na gaveta”.
Ter ganho com uma maioria de pelo menos 6 deputados (contando antecipadamente com 2 dos 4 da emigração) é, também, uma vitoria pessoal de José Sócrates. O seu a seu dono.
sábado, fevereiro 19, 2005
Amanhã
Eu bem tento explicar à minha volta que o voto útil é no PS. Para a Esquerda porque nós somos o único partido que pode aspirar a S. Bento. Para a Direita porque a maioria absoluta é a única defesa contra os radicais do BE. Não tem surtido muito efeito e é natural porque é uma argumentação cretina. Mas enfim na guerra, na politica e no amor vale tudo. Ou quase.
Ontem (6ª feira) fui ao comício de encerramento da campanha, na antiga FIL, na Junqueira. Manuel Alegre falou na “ética republicana” e foi o único que falou destas coisas. Estão a perceber porque é que eu votei nele para Secretário-Geral e ando a dizer que ele devia ser o nosso candidato a Belém?
Agora é esperar para ver.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Voltei
Eu volto e encontro tudo na mesma – o meu emprego está cada vez pior, a minha vidinha idem idem aspas aspas, a campanha e o resto da vida publica nem falar.
Quanto ao meu trabalho, os problemas são os mesmos ou piores. Caí de cabeça directamente nos problemas de um cliente e estive a trabalhar “on site” desde 2ª desta semana até agora, por isso, só hoje volto a estas paginas.
Fui-me embora o Glorioso esta à frente ex aequo não sei com quem e, em politica era da ordem do dia o padre que fazia apelos ao voto do púlpito. Volto o SLB continua na mesma, mais por demérito dos outros que mérito seu, e a República meteu luto pela Irmã Lúcia. Ou seja tudo igual e zero de laicidade.
No entanto, depois de 4 dias de férias, verdadeiras ferias, tudo parece melhor.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
Vou de fim de semana
Sem pachorra para a minha vida pessoal. Sem pachorra para continuar a fazer a corte a uma miuda que, claramente, me vai dar uma grande banhada. Sem pachorra para as maleitas de saúde, felizmente pequenas mas que moem.
Sem pachorra para abrir a caixa do correio e encontrar mais uma serie de facturas e um extracto bancário que oscila entre o vermelho e o violeta. Sem pachorra para os telefonemas do meu gestor de conta a reclamar.
Sem pachorra para o meu Chefe e para os meus colegas. Sem pachorra para discutir um aumento que este ano não vai aparecer. Sem pachorra para esperar o prémio que, se receber, vai ser o menorzinho dos ultimos anos e não será pago antes de vir mulher da fava rica. Sem pachorra para Clientes chatos e projectos iguais aos que fiz há 5 anos, há 10 anos, há 15.
Sem pachorra para o desanimo generalizado que vejo à minha volta. Sem pachorra para o discurso miserabilista da minha geração, da minha classe social, da "minha gente".
Sem pachorra para esta actualidade, pontuada por uma campanha cretina onde todos os que conheço vão votar no mal menor ou, no melhor dos casos, com uma adesão branda e mole ao candidato de turno. O Glorioso 'tá mal. E nem sequer há filmes bons para ir ver.
Sem pachorra para perceber que afinal até tenho uma boa vidinha e todas as coisas de que me queixo são menorzinhas. Sem pachorra para me recordar que há quem esteja muito pior. Que há quem esteja mal e eu, honestamente, não estou. Sem pachorra para perceber que, como para muitos de nós, eu sou a causa ultima de todos os meus problemas. Sem pachorra para aceitar que eu não tenho problemas, apenas ligeiras contrariedades.
Estou a sentir pena de mim mesmo. E nem sequer estou bebado. Preciso de férias.Vou de fim de semana prolongado. Como dizia uma canção da minha juventude:
... quero que tudo o mais vá para o Inferno.
Volto 3ª fiera que vem. Tenham todos um bom fim de semana.
terça-feira, fevereiro 08, 2005
Paz?
Espero não me enganar e espero que o Hamas e os outros grupos extremistas sigam as directivas da Autoridade Palestiniana. Quanto ao Hamas eu sinto-me razoavelmente confiante, por um lado, graças aos cirúrgicos ataques da Israel Defence Force está decapitado dos mais extremistas membros da sua liderança. Por outro lado parece querer seguir o caminho do Sinn Fein e abandonar a luta terrorista para enveredar pela luta politica. A recente vitoria nas autárquicas em Gaza pode disso ser considerado sinal.
Quanto aos extremista israelitas, que também os há, estou seguro que o Governo de Jerusalém os controlará, como sempre fez. Do Sinai aos Golam, mesmo a custos exorbitantes como foi a vida de Rabin.
Que seja como Angola, onde o desaparecimento de Savimbi abriu as portas para o cessar das hostilidades.
A arrogância da juventude
Na fila para um lugar na sala cheia, uma jovem que não devia ter mais de 21 ou 22 anos e que estava à minha frente, disse à sua amiga em sotto voce “Metade desta gente já devia ter morrido”. É bem verdade que, se somarmos a idade dos convivas que preenchem algumas mesas, se não chegamos a Quéops, chegamos de certeza à Patuleia. Mas isso não é razão para, como se dizia nos anos da Repressão, alguém “dar uma injecção atrás da orelha dos velhinhos”. Só a arrogância própria de quem acha que tem a vida toda à sua frente, se pode permitir, mesmo a brincar, uma tão horrível frase.
Que contraste marcante com a reacção do Cardeal Secretário de Estado quando, anteontem disse, a propósito do estado de saúde do Papa, que a Igreja Católica respeita a sabedoria dos mais velhos.
Diz uma velha frase da minha juventude :
Se a juventude soubesse...Se a velhice pudesse.
Mas o avanço de uma insuportável cultura de plástico faz com que cada vez menos “a juventude saiba”. A juventude de hoje, como a de ontem, não sabe, não viveu, não experimentou, não passou por isso; porque não pode ter vivido, não pode ter experimentado, não poder ter passado por elas, porque simplesmente não teve tempo, não teve matematicamente tempo para que se lhe apresentem todas as oportunidades. Agora o que é pior é que também não escuta quem sabe, não lê, não ouve. Arrogantemente.
E lê menos, ouve menos, escuta menos que nós. Não porque nós fossemos melhores, também não éramos, mas porque tínhamos menos alternativas. A gente ouvia os velhos e lia os livros porque não havia outra coisa para fazer. Não havia uma televisão no quarto, era pois necessário ver TV na sala com os comentários dos Pais. Não se saia de casa até às 04h00 aos 16 anos (eu pelo menos não). Não havia uma multiplicidade de imprensa para jovens, canais de cabo para jovens, cultura de jovens. Se queríamos matar o tempo tínhamos Victor Hugo e Walt Disney como alternativas. E ao fim de 10 anos de Tio Patinhas, lá pelos 16 anos a gente estava farto e começava a ler o 1984 e Les Miz e o If porque já não havia pachorra para mais Clark Kent e Sue Storm.
E depois, quando as alternativas apareceram já tínhamos ganho o vicio da letra corrida e tínhamos começado a perceber o valor do “saber de experiência feito”.
Eu também fui jovem. Hélas. Também fui arrogantemente jovem. E lixei-me. Não digo isto com magoa, porque fez parte do meu processo de crescimento. Não digo isto com ira contra os jovens porque estão a repetir os mesmos erros que eu fiz. E como, ao contrario do que eles pensam e do que nós pensámos, não são melhores que as gerações que os procederam, é perfeitamente normal.
Digo isto apenas para explicar porque é que eles me são tão irritantes. Been there, done that.
Não consigo deixar de fazer um piscar de olhos à actual campanha. Reporta a TSF que, no Sábado ouve quem tentasse o slogan “Assim se vê a força do PP” num comício do CDS/PP. Ou é desconhecimento do “Assim se vê a força do PC” de há 30 anos ou, mais pateta, é revanchismo. É querer “roubar” a memoria do PREC. Seja lá o que for é a arrogância dos jovens que, neste momento, campeia à Direita, como há 30 anos, campeava à Esquerda. A minha geração no meio, é a lixada. ´tou sem pachorra para esta campanha.
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Blogs
Com o tempo outros vou acrescentar – sobre Cinema, sobre Politica, sobre Lisboa. Por agora ficam estes.
O Padre Loreno
O Reverendo Padre Loreno, no púlpito da lisboeta igreja de São João de Brito, deu claras indicações de voto ao seu rebanho e aos fieis que, pela Antena 1, seguiam o dominical rito.
Tal é o exercício de um direito que lhe assiste uma vez que como cidadão da Republica (espero que o senhor não seja um emigrante, caso em que acho um bocado abusivo) ele tem o direito, direi mais o dever, de expressar as suas opiniões e de se bater por aquilo em que acredita. Direito e dever esse que se acentuam em período eleitoral.
A Igreja Católica Portuguesa, alicerce primordial e primário de uma parte da Direita nacional sente-se particularmente atacada por algumas dessas medidas que, antecipadamente e num interessante processo de intenções está já a imputar ao futuro Governo PS. É pois natural que, como força politica que é, a Igreja Católica venha a terreiro (directa ou indirectamente) para se associar à ofensiva conservadora e de Direita que atravessa a nossa campanha eleitoral.
É nesse quadro que devem ser vistas as recentes declarações do referido padre, a nota episcopal do Patriarca, a transmissão televisiva de Santana Lopes na missa (logo em Dezembro no inicio da pré-campanha), a crónica de um destacado intelectual católico – o Professor João César das Neves – no DN de hoje, e outros exemplos haveria se procurasse mais alguns minutos na minha memoria e nos media dos últimos meses.
Estão a fazer politica, como é seu direito e dever, como entidades politicas que individual e colectivamente são.
Resta responder a duas questões:
- É legitimo?
- É necessário?
É obvio que é legitimo o exercício dos direitos de cidadania e de expressão. São direitos inalienáveis e que não podem ser retirados a ninguém. Em Republica não há cidadãos de primeira e de segunda e os direitos são iguais para o Eng. José Sócrates, para o Dr. Santana Lopes e para qualquer outro cidadão quer vista a sotaina quer não. Qualquer deles utiliza os púlpitos que tem para fazer apelos ao voto nos partidos em que milita e em que acredita. A Igreja sempre deu indicação de voto, normalmente expressa através de notas pastorais em que diz mais ou menos a mesma coisa que o Senhor Padre Loreno disse. Até aqui tudo normal. O que há muito tempo que não se via era utilizar o púlpito, durante a Eucaristia, para exortações de ordem politica. O espaço da celebração da Eucaristia tem sido, nos últimos anos, reservado pela Igreja para a sua acção mística, para a celebração dos mistérios da sua Fé e, quando a urbi et orbi aí têm encontrado lugar tem sido para condenar o excesso de materialismo e para apelar a uma maior fraternidade entre todos os Homens. Há muito tempo que não se via apelos do púlpito ao voto neste ou naquele partido. Ou ao não voto neste ou naquele partido. E, como pelo lugar e no tempo em que é feito, pode originar uma confusão entre o que é entendido como sagrado (a celebração eucarística e, para os crentes, o milagre da transubstanciação) com o que é do politico e profano (o apelo ao voto aqui ou ali) é ilegítimo. É abuso de confiança e abuso de autoridade.
Quanto à necessidade, a Igreja parece esquecer que o Partido Socialista português é o mais clerical de todos os que existem na Europa. Que se prepara para apoiar um membro confesso do Opus Dei à Presidência da Republica – Antonio Guterres. Que foi um Governo socialista que preparou esta Concordata que tão favorável à Igreja é. Que é o PS que dá lugares de deputados a militantes católicos de gropúsculos sem representatividade e sem base social de apoio. Que o PS se manteve fora do debate sobre as referencias cristãs no Preambulo da Constituição Europeia. Que o “avental” foi arremessado (aberta ou veladamente) a João Soares, durante a campanha interna para Secretário Geral como se de uma vergonha se tratasse. Que, em resumo, do PS (deste PS) a Igreja Católica não tem nada a temer. Abertamente o digo, para mal dos meus pecados e arrepio das minhas crenças. Portanto necessário não me parece que seja, mas na duvida, não fica mal tentar condicionar o voto para portas que lhes parecem mais seguros e mais próximos da sua visão do Mundo. Se nada há a temer do PS, menos há a temer do CDS/PP que envia fragatas contra o barco da “Women on waves”.
Não sendo necessário nem legitimo é de criticar. Mas sendo o exercício do inatacável direito da liberdade de expressão, não é de impedir. À luz de uma lógica de poder politico que anima, como sempre animou, todas as grandes instituições humanas, é perfeitamente compreensível. E, na medida em que traz alguma clarificação ao debate, desejável.
domingo, fevereiro 06, 2005
Allez pour les 35 heures (um post em françês por snobismo)
En plus des RTT et des salaires la manif à crié contre la reforme Fillon de l’école, quelques uns contre le Traité Constitutionnel et beaucoup d’autres sujets. C’est toute une vision de la Gauche, de la vie, de la République, que c’est manifestée de Lille (15 000) à IdF (90 000 à République).
C’est ça que me ressource.
Et hop !
sábado, fevereiro 05, 2005
A ultima santanice em data
Honestamente, num tal improvável desfecho, uma parte do mérito será das estratégias de comunicação de campanha dos outros partidos (o CDS/PP, o BE e mesmo a CDU estão a fazer uma melhor pré-campanha que o PS), da estratégia de victimização de Santana Lopes (eu sempre disse que ele é um “animal de campanha”), da estupidez de uma parte do eleitorado que se deixa levar por boatos e do facto dos militantes do Rato estarem mais preocupados em repartir os lugares que ainda não ganharam que em ir para os mercados beijar as peixeiras. Esperemos que as duas semanas de campanha mudem isso, mas a ir por este caminho o resultado não está garantido e, como responsável máximo do Partido, Sócrates é o principal responsável (para o bem e para o mal) do resultado que o PS tiver em 20 de Fevereiro.
Se Sócrates tiver uma votação inferior à que Eduardo Ferro Rodrigues teve nas eleições europeias é, principalmente, demérito dele. E não deixa de ser legitimo assacar-lhe essa eventual responsabilidade.
Mas atenção, não é descurar os problemas para o PS se este tiver que passar por um segundo processo eleitoral num intervalo de 6 meses. Para mais se esse processo for causado por uma eventual derrota que, a verificar-se, seria traumática e humilhante. No entanto, a acreditar nas sondagens e no bom senso do eleitorado, tal desfecho é pouco provável.
É mais provável que o grande derrotado de 20 de Fevereiro seja o PPD/PSD e, particularmente, o seu Presidente. É pois legitimo perguntar se ele se demite se perder as eleições. No entanto a questão é puramente académica. Santana Lopes será puramente e simplesmente defenestrado! Eu quase que tenho pena do senhor, mas depois lembro-me que ele foi Presidente do Sporting e isso passa-me.
Há pois!
O Sapientíssimo Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano-Maçonaria Portuguesa, o Dr. António Arnault veio dizer que não é bem assim. Está no site do Público.
Ora acontece que o Senhor Cardeal Patriarca não disse que existe uma incompatibilidade do lado da Maçonaria, ele disse que existe uma incompatibilidade do lado da Igreja Católica Apostólica Romana. E disso ele deve perceber mais do que o Dr. António Arnault que é agnóstico confesso enquanto que D. José Policarpo é Cardeal Presbítero da Igreja de Roma.
Além do mais, convém não esquecer que as religiões não são propriamente um espaço de Liberdade individual. Quem está em cima manda e quem está em baixo obedece. E se o Papa de Roma e os seus Cardeais dizem que é incompatível com ser-se um bom católico o ser-se mação, sobre isto ninguém tem o direito de dizer mais nada.
Portanto, quer o Dr. António Arnault queira, quer não queira, o Senhor Cardeal Patriarca tem razão e ele não.
O Sapientíssimo Grão Mestre pode argumentar que o Patriarca está mal informado sobre a Maçonaria. Pode argumentar que as informações apresentadas são falsas e/ou que o raciocínio é deficiente, e que portanto a conclusão final é errada e a condenação lançada sobre a sua Augusta Ordem é injusta. Mas não a deve questionar, como certamente não aceitaria que a Conferência Episcopal questionasse as decisões do seu Conselho da Ordem. Como se dizia na minha infância, cada macaco no seu galho.
Uma nota final sobre este triste incidente que, espero sinceramente, acabe aqui. A esmagadora maioria dos portugueses não faz a mais pálida ideia do que é a Maçonaria ou se tal coisa sequer existe. Mas, pelas razões da História, os poucos que o sabem, associam-na mais à Esquerda que à Direita. Sendo, na minha imodesta opinião um erro, é um erro compreensível e desculpável em Portugal. Aliás, a notícia do Público, não esquece de recordar que o Dr. António Arnault foi um dos fundadores do PS. Por essas razões teria sido melhor que Sua Eminência Reverendíssima tivesse deixado passado o período eleitoral. Mas talvez esta "coincidência" corresponda a um desígnio profundo (ou um profundo desígnio) do nosso púrpurado.
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Debate
terça-feira, fevereiro 01, 2005
The name of the game
Sócrates e o PS apresentaram soluções mais credíveis que o programa do PSD e, acima de tudo, que a prática recente do PSD. Santana Lopes foi largado primeiro pelos notáveis do seu Partido, depois pelo Presidente que o susteve em Junho, seguidamente pelo parceiro de coligação e, a acreditar que as sondagens não são todas uma fraude, pelos eleitores. Só lhe falta o aparelho.
Foi este mesmo aparelho que promoveu uma festa em Braga subordinada ao tema “há uma data de senhoras do PSD que gostavam de dar uma queca com o seu líder”. Estou a ser vulgar e indecente e estou a fazer acusações rasteiras e despropositadas. Peço desculpas às visadas e, realmente, não pretendo ofender ninguém. O meu tom baixo é para tentar nivelar com frases como Ele ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras”, e outras que foram ditas no referido encontro.
Todo o tom desse encontro se resume a explicar que se deve votar no PSD porque Santana Lopes é um gajo mais porreiro que Sócrates.
Acontece que as eleições não são para my next best friend. É que se fossem, eu seguramente votava em Pedro Santana Lopes. O gajo parece ter mais sentido de humor que José Sócrates, é Alfacinha, gosta e sair à noite, tem resposta fácil e parece um tipo simpático. O candidato socialista é do interior, nunca o ouvi dizer uma frase humorística e é um tipo mais recolhido. Sócrates, se calhar porque está a trabalhar na sua “pose de Estado”, parece-me ser mais full of himself que Santana e, para convencido, chego eu. Santana tem um batalhão de “santanettes” que são muito giras e, se calhar, ainda me calhavam sobras de qualidade. Tudo bem, em matéria de gajas eu não sou esquisito e já comi pior, a pagar e não me causou indigestão.
Mas as eleições são para cargos políticos. Onde é preciso seriedade, competência, visão e princípios. Onde não basta ser um gajo porreiro. Não estamos a discutir quem é que eu vou levar para beber um copo comigo na Kapital, estamos a discutir quem é que eu vou levar a São Bento para governar a República. É uma questão substancialmente diferente e tem uma resposta radicalmente diversa. De notar que isto é teórico, Santana não se dá com pés rapados como eu e eu não frequento a Kapital. Mas a ideia está aí.
E, já agora, à Esquerda também se sabe ser “pé no chinelo”, também se sabe arriar a giga e dizer palavrões. A malta evita mas façam o favor de não abusar.