sexta-feira, dezembro 31, 2004
Balanço do ano
Fazer um balanço não é evidente. É sempre uma actividade sujeita aos riscos do esquecimento e do mau julgamento. Mas cá vai.
Acontecimento Nacional: O Euro 2004. Não é que eu tenha ficado fanatico pela bola assim de repente. Mas a verdade é que, durante meses o País viveu para o Euro e, durante semanas e à medida que a Selecção das Quinas progredia, viveu o Euro.
Durante semanas tudo, desde as reuniões de trabalho aos lugares nos restaurantes, esteve sujeito aos horarios e calendarios do Campeonato Europeu de Futebol.
Por outro lado, os acontecimentos politicos estão cobertos pela escolha seguinte.
Figura Nacional: José Manuel Durão Barroso. Em primeiro lugar foi chefe do governo durante meio ano. Era ele o patrão de Manuela Ferreira Leite e o empregador de Luís Filipe Scolari durante o periodo de apogeu destes dois candidatos ao titulo de figura nacional do ano.
Com a derrota que sofreu nas europeias, decidiu "fugir para cima" e abriu a porta ao protagonismo de Santana Lopes, ao aumento de importancia de Paulo Portas e de Bagão Félix, à inglória queda de Ferro Rodrigues e à subida de Socrates.
Finalmente, e no final do ano, presidiu à confusão Buttiglione e aquela que foi ao mesmo tempo uma batalha da nova "guerra de religiões" e uam escaramuça de definição das fronteiras de poder entre os varios polos institucionais da União.
Mais dificíl foi fazer as escolhas internacionais.
Figura Internacional do Ano: Theo van Gogh. Eu estou muito preocupado com os problemas da integração dos emigrantes, do Médio Oriente e do terrorismo islamico. Theo van Gogh por si só não é merecedor de ser Figura Internacional do Ano, mas como simbolo destes problemas latentes sim. Escolhi o cineasta holandês como podia ter escolhido as duas Simonas, Margret Hassan, a "lei do véu" ou Muqtada al-Sadr.
Em segundo lugar ficou Howard Dean. Mais do que John Kerry ou George W. Bush que representaram "mais do mesmo", Dean e a sua "ala Democratica do Partido Democratico" representou um inicio de debate de ideias e uma forma de organizar a campanha diferente. Na peugada do pioneiro Jesse Ventura e na companhia dos movimentos conservadores, Dean simbolizou a utilização da Internet como elemento de campanha de uma forma que marca a diferença.
Acontecimento Internacional do Ano: o recente maremoto asiático. É ainda cedo para dizer se esta catastrofe vai mudar qualquer coisa na maneira como encarmos o Mundo ou não. Mas é minha convicção que é possível que sim. Pincipalmente poruq representa uma oportunidade para actuar em cinjunto e repensar os mecanismos de ajuda internacional. A proposito: onde está a coordenação da UE e a integração de esforços entre os Estados Membros?
Foi um ano recheado de tragédias feitas pelo Homem - 11 Março, Beslan, Dafour, terrorismo continuado em Israel, no Afagenistão e no Iraque, ocupações no Zimbabue - e de outros assuntos de importancia - eleições na Venezuela, Ucrania, Espanha, Moçambique, US, India, EU, morte de Arafat, evoluções (ou ausencia delas) no Médio Oriente, etc. Mas esta catastrofe tem as marcas de um "act of God" que nos recorda que não somos tão mestres do nosso Destino como quereriamos e, ainda menos, somos mestres do nosso planeta.
Acontecimento Nacional: O Euro 2004. Não é que eu tenha ficado fanatico pela bola assim de repente. Mas a verdade é que, durante meses o País viveu para o Euro e, durante semanas e à medida que a Selecção das Quinas progredia, viveu o Euro.
Durante semanas tudo, desde as reuniões de trabalho aos lugares nos restaurantes, esteve sujeito aos horarios e calendarios do Campeonato Europeu de Futebol.
Por outro lado, os acontecimentos politicos estão cobertos pela escolha seguinte.
Figura Nacional: José Manuel Durão Barroso. Em primeiro lugar foi chefe do governo durante meio ano. Era ele o patrão de Manuela Ferreira Leite e o empregador de Luís Filipe Scolari durante o periodo de apogeu destes dois candidatos ao titulo de figura nacional do ano.
Com a derrota que sofreu nas europeias, decidiu "fugir para cima" e abriu a porta ao protagonismo de Santana Lopes, ao aumento de importancia de Paulo Portas e de Bagão Félix, à inglória queda de Ferro Rodrigues e à subida de Socrates.
Finalmente, e no final do ano, presidiu à confusão Buttiglione e aquela que foi ao mesmo tempo uma batalha da nova "guerra de religiões" e uam escaramuça de definição das fronteiras de poder entre os varios polos institucionais da União.
Mais dificíl foi fazer as escolhas internacionais.
Figura Internacional do Ano: Theo van Gogh. Eu estou muito preocupado com os problemas da integração dos emigrantes, do Médio Oriente e do terrorismo islamico. Theo van Gogh por si só não é merecedor de ser Figura Internacional do Ano, mas como simbolo destes problemas latentes sim. Escolhi o cineasta holandês como podia ter escolhido as duas Simonas, Margret Hassan, a "lei do véu" ou Muqtada al-Sadr.
Em segundo lugar ficou Howard Dean. Mais do que John Kerry ou George W. Bush que representaram "mais do mesmo", Dean e a sua "ala Democratica do Partido Democratico" representou um inicio de debate de ideias e uma forma de organizar a campanha diferente. Na peugada do pioneiro Jesse Ventura e na companhia dos movimentos conservadores, Dean simbolizou a utilização da Internet como elemento de campanha de uma forma que marca a diferença.
Acontecimento Internacional do Ano: o recente maremoto asiático. É ainda cedo para dizer se esta catastrofe vai mudar qualquer coisa na maneira como encarmos o Mundo ou não. Mas é minha convicção que é possível que sim. Pincipalmente poruq representa uma oportunidade para actuar em cinjunto e repensar os mecanismos de ajuda internacional. A proposito: onde está a coordenação da UE e a integração de esforços entre os Estados Membros?
Foi um ano recheado de tragédias feitas pelo Homem - 11 Março, Beslan, Dafour, terrorismo continuado em Israel, no Afagenistão e no Iraque, ocupações no Zimbabue - e de outros assuntos de importancia - eleições na Venezuela, Ucrania, Espanha, Moçambique, US, India, EU, morte de Arafat, evoluções (ou ausencia delas) no Médio Oriente, etc. Mas esta catastrofe tem as marcas de um "act of God" que nos recorda que não somos tão mestres do nosso Destino como quereriamos e, ainda menos, somos mestres do nosso planeta.
quinta-feira, dezembro 30, 2004
Wishful thinking para 2005
Eu não sou nem o Zandinga nem a Elizabeth Tessier. Não sou capaz de fazer previsões, nem sequer de as inventar, sou capaz apenas de enunciar desejos.
Politica nacional:
• Maioria absoluta para o PS em 20 de Fevereiro.
• António Costa ganha a CML para o PS.
• A campanha presidencial será entre Cavaco Silva e António Guterres.
Como quase todos, estou seguro de uma vitoria do Partido Socialista nas eleições de Fevereiro. Mas eu creio na possibilidade de uma maioria absoluta. Não porque o PS tenha conquistado de rompante o coração do eleitorado, mas porque existe um genuíno descontentamento com a coligação de Direita. Agora é preciso não desmotivar, não dizer muitas asneiras durante o período pré-eleitoral (já chega a co-incineração) e, acima de tudo, não subestimar a Direita em campanha. Por outro lado, e pela primeira vez, à Esquerda ouço falar de voto útil para umas legislativas.
Lisboa só voltará às mãos do PS se o nome apresentado o merecer. Aqui sou mais alfacinha que socialista. Para a minha Câmara não serve qualquer burocrata nomeado pelo aparelho. Até porque o inenarrável Pedro Santana Lopes vai voltar para a Câmara e agarrar-se com unhas e dentes ao seu mandato de autarca. De Março a Novembro ainda se pode fazer muita propaganda. Eu gostaria de ver António Costa voltar de Estrasburgo para a CML.
Perder, pela primeira vez desde a Revolução dos Cravos, o palácio cor de rosa para a Direita será difícil de aceitar. Mas Cavaco Silva parece imparável e à Esquerda continua o vazio. António Guterres, para mal dos meus pecados, perfila-se como o porta estandarte de uma Esquerda que ainda tem alguns engulhos não resolvidos com ele. Um anti-clerical como eu vai engolir sapos ainda maiores que Cunhal quando mandou votar em Mario Soares. Mas antes isso que ver o Professor Cavaco na Presidência. Ou talvez não. Quem eu gostaria mesmo de ver como candidato natural da minha área politica seria Manuel Alegre. Mas depois de ter perdido o Rato não creio que se candidate a Belém.
Religião
• O SLB será Campeão Nacional.
• “O Glorioso” não só vai ganhar o Campeonato Nacional, a Taça e as competições europeias em que ainda se encontra como vai ter finanças sãs, pagar ao fisco o totonegócio e ganhar dois títulos nacionais nas outras actividades. Ou três, ou quatro.
• E isto não se discute nem se explica. É uma fezada e pronto.
Artes e Espectáculos:
• Em termos das artes eu vivo só na expectativa do Episódio III. Tudo o resto empalidece em confronto, dentro das minhas esperanças de que seja um digno final para uma série que teve, na minha imodesta opinião, o seu ponto alto com “O Império Contra Ataca”.
Politica internacional:
• Hollande e Sarko a subir, Chirac a descer.
• O Tratado Constitucional é ratificado e aprovado nos vários referendos.
• O problema da integração, dos islamismo e do racismo agudiza-se na União.
• Il Cavaliere Banana é substituído pela Esquerda.
• O tabu britânico será levantado e a discussão interna do Partido Trabalhista será interessante.
No Hexágono, 2005 vai ser o grande ano de Sarkozy e de François Hollande que se assumiram como as grandes forças para decidir 2007. Chirac vai continuar a afundar-se nos seus erros, no seu passado e na sua corte. Ségolène Royal, Martine Aubry, DSK e Dominique de Villepin são pessoas a seguir. Em 2005 Raffarin, que não vai deixar o Presidente da UMP continuar a fazer-lhe sombra, ou, pelo menos, tentará. Questão: Bertrand Delanoë vai ganhar um lugar mais proeminente na politica nacional ?
A União vai ter que digerir 10 novos membros, aprovar o Tratado Constitucional nos Estados Membros e em Outubro começar as negociações com a Turquia. A Comissão Barroso começou mal (onde está ela na crise humanitária actual?) e vai ter que se afirmar sob pena de ser rapidamente considerada irrelevante.
Na União, mas principalmente em França, Itália, Alemanha, Países Baixos a questão do multi-culturalismo e das etnicidades vai continuar a ganhar importância. Entre os sequazes de bin Laden e vozes de algum bom senso como Fadela Amara a nossa Europa vai ter que enfrentar a questão do islamismo. Por um lado temos 11M e por outro a relativa facilidade com que a nova lei do véu passou na pratica. Mas, por muito que me custe dizer isto a Laicidade à francesa não tem todas as respostas. É a melhor resposta que temos mas não é completa. E não comecem a gritar vitupérios que eu tenho razão. Mesmo que pensem mal de mim estão sinceramente a pensar que Helmut Schmidt é de Direita? Por muito que nos custe Enoch Powell e la Fallaci tinham alguma razão. Na identificação dos factos e em parte do diagnostico, não nas curas propostas.
Há dois dias o Cavaleiro Berlusconi foi obrigado a abandonar a Presidência do AC Milan. Será que para o ano abandona a Presidência do Conselho? Quem se seguirá no Palácio Chigi? Prodi? Fassino? O Insuportável Rutelli?
Tony Blair tem até Junho de 2006 para preparar as próximas eleições gerais. Em 2005 “Bambi” deve terminar uma vez por todas do tabu a la Cavaco. Se ele continua à frente do Labour, como tudo indica, então o Reino Unido verá um ano politicamente desinteressante. De outra maneira, as lutas internas no Labour vão ser não só um ponto de interesse como mais uma oportunidade de definir a Esquerda europeia e de lutar pela sua alma.
Dois grandes pedidos aos Deuses e aos Políticos para 2005:
• Discutamos o que quer dizer ser de Esquerda hoje.
• Discutamos que Europa vamos/queremos fazer.
Politica nacional:
• Maioria absoluta para o PS em 20 de Fevereiro.
• António Costa ganha a CML para o PS.
• A campanha presidencial será entre Cavaco Silva e António Guterres.
Como quase todos, estou seguro de uma vitoria do Partido Socialista nas eleições de Fevereiro. Mas eu creio na possibilidade de uma maioria absoluta. Não porque o PS tenha conquistado de rompante o coração do eleitorado, mas porque existe um genuíno descontentamento com a coligação de Direita. Agora é preciso não desmotivar, não dizer muitas asneiras durante o período pré-eleitoral (já chega a co-incineração) e, acima de tudo, não subestimar a Direita em campanha. Por outro lado, e pela primeira vez, à Esquerda ouço falar de voto útil para umas legislativas.
Lisboa só voltará às mãos do PS se o nome apresentado o merecer. Aqui sou mais alfacinha que socialista. Para a minha Câmara não serve qualquer burocrata nomeado pelo aparelho. Até porque o inenarrável Pedro Santana Lopes vai voltar para a Câmara e agarrar-se com unhas e dentes ao seu mandato de autarca. De Março a Novembro ainda se pode fazer muita propaganda. Eu gostaria de ver António Costa voltar de Estrasburgo para a CML.
Perder, pela primeira vez desde a Revolução dos Cravos, o palácio cor de rosa para a Direita será difícil de aceitar. Mas Cavaco Silva parece imparável e à Esquerda continua o vazio. António Guterres, para mal dos meus pecados, perfila-se como o porta estandarte de uma Esquerda que ainda tem alguns engulhos não resolvidos com ele. Um anti-clerical como eu vai engolir sapos ainda maiores que Cunhal quando mandou votar em Mario Soares. Mas antes isso que ver o Professor Cavaco na Presidência. Ou talvez não. Quem eu gostaria mesmo de ver como candidato natural da minha área politica seria Manuel Alegre. Mas depois de ter perdido o Rato não creio que se candidate a Belém.
Religião
• O SLB será Campeão Nacional.
• “O Glorioso” não só vai ganhar o Campeonato Nacional, a Taça e as competições europeias em que ainda se encontra como vai ter finanças sãs, pagar ao fisco o totonegócio e ganhar dois títulos nacionais nas outras actividades. Ou três, ou quatro.
• E isto não se discute nem se explica. É uma fezada e pronto.
Artes e Espectáculos:
• Em termos das artes eu vivo só na expectativa do Episódio III. Tudo o resto empalidece em confronto, dentro das minhas esperanças de que seja um digno final para uma série que teve, na minha imodesta opinião, o seu ponto alto com “O Império Contra Ataca”.
Politica internacional:
• Hollande e Sarko a subir, Chirac a descer.
• O Tratado Constitucional é ratificado e aprovado nos vários referendos.
• O problema da integração, dos islamismo e do racismo agudiza-se na União.
• Il Cavaliere Banana é substituído pela Esquerda.
• O tabu britânico será levantado e a discussão interna do Partido Trabalhista será interessante.
No Hexágono, 2005 vai ser o grande ano de Sarkozy e de François Hollande que se assumiram como as grandes forças para decidir 2007. Chirac vai continuar a afundar-se nos seus erros, no seu passado e na sua corte. Ségolène Royal, Martine Aubry, DSK e Dominique de Villepin são pessoas a seguir. Em 2005 Raffarin, que não vai deixar o Presidente da UMP continuar a fazer-lhe sombra, ou, pelo menos, tentará. Questão: Bertrand Delanoë vai ganhar um lugar mais proeminente na politica nacional ?
A União vai ter que digerir 10 novos membros, aprovar o Tratado Constitucional nos Estados Membros e em Outubro começar as negociações com a Turquia. A Comissão Barroso começou mal (onde está ela na crise humanitária actual?) e vai ter que se afirmar sob pena de ser rapidamente considerada irrelevante.
Na União, mas principalmente em França, Itália, Alemanha, Países Baixos a questão do multi-culturalismo e das etnicidades vai continuar a ganhar importância. Entre os sequazes de bin Laden e vozes de algum bom senso como Fadela Amara a nossa Europa vai ter que enfrentar a questão do islamismo. Por um lado temos 11M e por outro a relativa facilidade com que a nova lei do véu passou na pratica. Mas, por muito que me custe dizer isto a Laicidade à francesa não tem todas as respostas. É a melhor resposta que temos mas não é completa. E não comecem a gritar vitupérios que eu tenho razão. Mesmo que pensem mal de mim estão sinceramente a pensar que Helmut Schmidt é de Direita? Por muito que nos custe Enoch Powell e la Fallaci tinham alguma razão. Na identificação dos factos e em parte do diagnostico, não nas curas propostas.
Há dois dias o Cavaleiro Berlusconi foi obrigado a abandonar a Presidência do AC Milan. Será que para o ano abandona a Presidência do Conselho? Quem se seguirá no Palácio Chigi? Prodi? Fassino? O Insuportável Rutelli?
Tony Blair tem até Junho de 2006 para preparar as próximas eleições gerais. Em 2005 “Bambi” deve terminar uma vez por todas do tabu a la Cavaco. Se ele continua à frente do Labour, como tudo indica, então o Reino Unido verá um ano politicamente desinteressante. De outra maneira, as lutas internas no Labour vão ser não só um ponto de interesse como mais uma oportunidade de definir a Esquerda europeia e de lutar pela sua alma.
Dois grandes pedidos aos Deuses e aos Políticos para 2005:
• Discutamos o que quer dizer ser de Esquerda hoje.
• Discutamos que Europa vamos/queremos fazer.
terça-feira, dezembro 28, 2004
Velhos métodos em nova linguagem
Em 1984 George Orwell criou um aterrador e interessante conceito que é a Novalingua (newspeak). A ofensiva do politicamente correcto que assolou os anos 90 foi um avatar da newspeak.
Uma recordação disso veio hoje à minha memória quando vi que as agências noticiosas estavam a utilizar frases como "suicidio forçado" (TSF) ou "driven to suicide" (BBC) para referir a morte do ministro ucraniano dos Transpostes.
Desde o envenenamento do candidato agora vencedor às multiplas acusações de fraude a Ucrania tem proporcionado à comunidade internacional um triste espetaculo de si mesma. Os estretores das estruturas herdadas do império soviético e, ainda hoje, suportadas pelo autocrático poder do Kremlin só não são risíveis porque impactam muito negativamente a vida de milhares de pessoas.
Esperemos que estas tenham sido as ultimas aparições na Europa de uma maneira de fazer politica mais propria dos boiardos da corte dos Romanov que dos eurocratas do Berlaymont. Mas parece-me que todo(s) este(s) triste(s) episódio(s) não podem deixar de ser alertas significativos para aqueles que, como Silvio Berlusconi, querem ver o Federação Russa na União Europeia.
Uma recordação disso veio hoje à minha memória quando vi que as agências noticiosas estavam a utilizar frases como "suicidio forçado" (TSF) ou "driven to suicide" (BBC) para referir a morte do ministro ucraniano dos Transpostes.
Desde o envenenamento do candidato agora vencedor às multiplas acusações de fraude a Ucrania tem proporcionado à comunidade internacional um triste espetaculo de si mesma. Os estretores das estruturas herdadas do império soviético e, ainda hoje, suportadas pelo autocrático poder do Kremlin só não são risíveis porque impactam muito negativamente a vida de milhares de pessoas.
Esperemos que estas tenham sido as ultimas aparições na Europa de uma maneira de fazer politica mais propria dos boiardos da corte dos Romanov que dos eurocratas do Berlaymont. Mas parece-me que todo(s) este(s) triste(s) episódio(s) não podem deixar de ser alertas significativos para aqueles que, como Silvio Berlusconi, querem ver o Federação Russa na União Europeia.
segunda-feira, dezembro 27, 2004
Filmes do fim de semana
Neste fim de semana vi dois filmes, ambos mediocrezinhos graças a Deus e aos argumentistas. Eu podia repartir o mal pelas aldeias e passar a culpa para os realizadores, os actores, os aderecistas, etc., etc.. Mas francamente com argumentos reles como aqueles nem George Lucas ou Fabrice Luchini se safavam. Talvez só Hitchcock.
Em DVD vi "O Guardião" com Asia Argento e Denis Hopper. Ele faz o mesmo papel que em "Blue Velvet" só que agora é chui. Ela faz o papel de uma stripper, nascida em Italia para justificar o sotaque. Não penso que mais comentarios sejam necessarios. Informo os interessados que a rapariga mantém a roupinha durante os 93 minutos.
Nas salas vi "Os caçadores de mentes". Uma especie de thriller com Val Kilmer e Christian Slater. Como a produção devia ter poucas massas, qualquer deles desaparece nos 20 minutos iniciais e o filme fica entregue a uns actores de segunda que devem custar menos.
Qualquer dos filmes vale os 3 euros do aluguer e 60 minutos de visão acelerada no DVD. E isto para fins de semana de Inverno em qu está demasiado frio para ir passear. Nenhum vale 5 euros, hora e meia ou o incomodo de ter de se sujeitar aos horarios dos outros.
Em DVD vi "O Guardião" com Asia Argento e Denis Hopper. Ele faz o mesmo papel que em "Blue Velvet" só que agora é chui. Ela faz o papel de uma stripper, nascida em Italia para justificar o sotaque. Não penso que mais comentarios sejam necessarios. Informo os interessados que a rapariga mantém a roupinha durante os 93 minutos.
Nas salas vi "Os caçadores de mentes". Uma especie de thriller com Val Kilmer e Christian Slater. Como a produção devia ter poucas massas, qualquer deles desaparece nos 20 minutos iniciais e o filme fica entregue a uns actores de segunda que devem custar menos.
Qualquer dos filmes vale os 3 euros do aluguer e 60 minutos de visão acelerada no DVD. E isto para fins de semana de Inverno em qu está demasiado frio para ir passear. Nenhum vale 5 euros, hora e meia ou o incomodo de ter de se sujeitar aos horarios dos outros.
domingo, dezembro 26, 2004
Ecos da Imprensa escrita
O Público de hoje (26 de Dezembro de 2004) traz dois importantes artigos para a compreensão do nosso futuro imediato à luz de uma eventualmente iminente guerra de religiões.
O primeiro é um artigo de opinião de Vasco Pulido Valente em que ele defende a tese de que já não há um Ocidente mas dois Ocidentes, divididos pela religião. De um lado os cristãos militantes e de outro os secularistas.
O segundo artigo dá-nos uma breve ideia de como os raptores de Malbrunot et Cehsnot vêem o Mundo. Ao contrario de outros reféns, estes dois são jornalistas profissionais e portanto treinados para recordar e reproduzir aquilo que se passa à sua volta. Apesar da difícil prova por que estavam a passar o seu testemunho tem uma seriedade que, pela natureza do seu treino profissional, falta a outros. De ressalvar que eles garantem que os seus captores não estão preocupados com a questão iraquiana mas sim com uma jihad global onde bin Laben é o estratega mestre e principal comandante em chefe. Por ultimo, seja notado que, para os terroristas, a vitoria de Bush foi saudada como um bem porque extrema os campos.
O primeiro é um artigo de opinião de Vasco Pulido Valente em que ele defende a tese de que já não há um Ocidente mas dois Ocidentes, divididos pela religião. De um lado os cristãos militantes e de outro os secularistas.
O segundo artigo dá-nos uma breve ideia de como os raptores de Malbrunot et Cehsnot vêem o Mundo. Ao contrario de outros reféns, estes dois são jornalistas profissionais e portanto treinados para recordar e reproduzir aquilo que se passa à sua volta. Apesar da difícil prova por que estavam a passar o seu testemunho tem uma seriedade que, pela natureza do seu treino profissional, falta a outros. De ressalvar que eles garantem que os seus captores não estão preocupados com a questão iraquiana mas sim com uma jihad global onde bin Laben é o estratega mestre e principal comandante em chefe. Por ultimo, seja notado que, para os terroristas, a vitoria de Bush foi saudada como um bem porque extrema os campos.
Listas de Natal
Prendas de Natal, entre dadas e recebidas:
• “L’Outremangeur”, álbum de banda desenhada.
• “Os dois Borges”, biografia de Jorge Luís Borges.
• “100 Glorias”, livro comemorativo de 100 nomes da historia do Glorioso.
• “Nove mil passos”, romance de Pedro Almeida Vieira.
• “Fantasia para dois coronéis e uma piscina”, romance de Mário de Carvalho.
• “Um aristocrata da Esquerda”, biografia de Fernando Valle.
• Uma manta de viagem.
• “Entrevistas no Centro do Mundo”, livro de entrevistas com vários actores do conflito do Médio Oriente.
• Uma garrafa de champagne Mum.
• Uma arca de madeira que decidi por no meu quarto para guardar os botões de punho, alfinetes de gravatas, pins, etc.
• Um caneca com o hino nacional vinda do recém inaugurado Museu da Presidência da República.
• “AmeriKKKa – tome 4: Les Aigles de Chicago”, álbum de banda desenhada.
• Uma cópia do calendário Pirelli para 2005.
Refeições de Natal:
• Consommé de legumes, bacalhau, sobremesa de fruta com creme.
• Sopa de cenoura (baldei-me que eu só como sopa em restaurantes asiáticos, quando estou com uma larica infernal ou quando faço cerimonia), carne com brócolos, gelado e filhós com o café.
• Rissóis de camarão com salada de pepino, bifes com arroz, mousse de manga e bolo de bolacha, café.
• Cosido à portuguesa, mousse de chocolate e café.
Moral da historia: devo ter aumentado mais 3 kilos só nesta santa quadra.
Chamadas, SMS, e-mails e postais de Natal: mais de uma centena entre recebidos e enviados, entre profissionais e particulares. De entre eles destaco duas chamadas de uma amiga agnóstica (ou ateia nunca percebi bem) e de um amigo judeu. Considerando que eu sou um livre pensador e ambos o sabem, sou obrigado a concluir que a tradição e o ambiente que nos envolve são muito fortes ou que o Natal já é uma festa não só cristã mas genérica. Se calhar ambas.
• “L’Outremangeur”, álbum de banda desenhada.
• “Os dois Borges”, biografia de Jorge Luís Borges.
• “100 Glorias”, livro comemorativo de 100 nomes da historia do Glorioso.
• “Nove mil passos”, romance de Pedro Almeida Vieira.
• “Fantasia para dois coronéis e uma piscina”, romance de Mário de Carvalho.
• “Um aristocrata da Esquerda”, biografia de Fernando Valle.
• Uma manta de viagem.
• “Entrevistas no Centro do Mundo”, livro de entrevistas com vários actores do conflito do Médio Oriente.
• Uma garrafa de champagne Mum.
• Uma arca de madeira que decidi por no meu quarto para guardar os botões de punho, alfinetes de gravatas, pins, etc.
• Um caneca com o hino nacional vinda do recém inaugurado Museu da Presidência da República.
• “AmeriKKKa – tome 4: Les Aigles de Chicago”, álbum de banda desenhada.
• Uma cópia do calendário Pirelli para 2005.
Refeições de Natal:
• Consommé de legumes, bacalhau, sobremesa de fruta com creme.
• Sopa de cenoura (baldei-me que eu só como sopa em restaurantes asiáticos, quando estou com uma larica infernal ou quando faço cerimonia), carne com brócolos, gelado e filhós com o café.
• Rissóis de camarão com salada de pepino, bifes com arroz, mousse de manga e bolo de bolacha, café.
• Cosido à portuguesa, mousse de chocolate e café.
Moral da historia: devo ter aumentado mais 3 kilos só nesta santa quadra.
Chamadas, SMS, e-mails e postais de Natal: mais de uma centena entre recebidos e enviados, entre profissionais e particulares. De entre eles destaco duas chamadas de uma amiga agnóstica (ou ateia nunca percebi bem) e de um amigo judeu. Considerando que eu sou um livre pensador e ambos o sabem, sou obrigado a concluir que a tradição e o ambiente que nos envolve são muito fortes ou que o Natal já é uma festa não só cristã mas genérica. Se calhar ambas.
sexta-feira, dezembro 24, 2004
Voltar de férias
Passei 10 dias de férias longe dos computadores que são o principal instrumento do meu trabalho e, também, longe do acesso a este blog. Por habito tiro sempre mais férias no Inverno do que no Verão e estas duas semanas pareceram-me particularmente propicias porque me permitiram um período simpático de descanso. Descanso que foi preparador da azafama dos fins de ano e dos arranques em produtivo que o inicio de Janeiro sempre traz a quem, como eu, é informático na área dos sistemas de informação empresarial de gestão.
Só interrompi o auto imposto afastamento dos ecrãs para me congratular com a libertação de Malbrunot e Chesnot.
Considerando tudo o que aconteceu entretanto – coligação, demissão, etc. – pode parecer ridículo. Eis porque não penso assim:
• Em primeiro lugar porque tudo o resto não foi verdadeiramente significativo. A politica nacional está de tal maneira reduzida a uma série de ridículas acções de show off cada vez menos importantes e mais inconsequentes. É verdade que poderia ter comentado dezenas de fait divers mas é igualmente verdade que, nenhum deles merece mais do que 5 minutos de reflexão de qualquer pessoa sensata.
• O único assunto que me ocorre ter sido de potencial relevância absoluta foi o “Sim” do Conselho Europeu à Turquia. Mas foi um “Sim” tímido, para daqui a dez anos, e, acima de tudo, não discutido convenientemente. A minha posição a propósito da Turquia, como aliás, do Tratado Constitucional, é de “Sim, mas...” . E que grandes “MAS” estes são. No entanto, ninguém discutiu convenientemente a Turquia e começo a temer que não o façam convenientemente a propósito do Tratado Constitucional.
• Em contrapartida, a libertação dos dois reféns franceses, é uma boa noticia seja em valor absoluto – pelo seu bem estar – seja porque é uma vitoria da diplomacia do francesa – e isto não deixa de ser uma simpática indicação para uma certa ideia de Europa que, em muitos pontos, é a minha.
Principalmente porque foi uma boa noticia eu achei que o meu “Finalmente” se impunha.
E, a proposito, repetindo as palavras da canção: "A todos um bom Natal. A Todos um Bom Natal. Que seja um Bom Natal para todos vós."
Só interrompi o auto imposto afastamento dos ecrãs para me congratular com a libertação de Malbrunot e Chesnot.
Considerando tudo o que aconteceu entretanto – coligação, demissão, etc. – pode parecer ridículo. Eis porque não penso assim:
• Em primeiro lugar porque tudo o resto não foi verdadeiramente significativo. A politica nacional está de tal maneira reduzida a uma série de ridículas acções de show off cada vez menos importantes e mais inconsequentes. É verdade que poderia ter comentado dezenas de fait divers mas é igualmente verdade que, nenhum deles merece mais do que 5 minutos de reflexão de qualquer pessoa sensata.
• O único assunto que me ocorre ter sido de potencial relevância absoluta foi o “Sim” do Conselho Europeu à Turquia. Mas foi um “Sim” tímido, para daqui a dez anos, e, acima de tudo, não discutido convenientemente. A minha posição a propósito da Turquia, como aliás, do Tratado Constitucional, é de “Sim, mas...” . E que grandes “MAS” estes são. No entanto, ninguém discutiu convenientemente a Turquia e começo a temer que não o façam convenientemente a propósito do Tratado Constitucional.
• Em contrapartida, a libertação dos dois reféns franceses, é uma boa noticia seja em valor absoluto – pelo seu bem estar – seja porque é uma vitoria da diplomacia do francesa – e isto não deixa de ser uma simpática indicação para uma certa ideia de Europa que, em muitos pontos, é a minha.
Principalmente porque foi uma boa noticia eu achei que o meu “Finalmente” se impunha.
E, a proposito, repetindo as palavras da canção: "A todos um bom Natal. A Todos um Bom Natal. Que seja um Bom Natal para todos vós."
terça-feira, dezembro 21, 2004
Finalmente
Christian Chesnot e Georges Malbrunot foram libertados.
Finalmente.
Finalmente.
quarta-feira, dezembro 15, 2004
O aborto
De quando em vez a questão do aborto volta à actualidade. Desta vez é porque Paulo Portas parece que aceitou a ideia de fazer um referendo sobre o assunto, se o próximo Governo for, como o actual, uma coligação CDS/PP-PPD/PSD. Aparentemente seria a única cedência de PP que, no resto, ganhou em toda a linha a Pedro Santana Lopes. Considerando as posições públicas de José Sócrates parece inevitável que, dentro dos próximos 12 a 24 meses vai haver um novo referendo sobre o aborto.
Como início de conversa, impõem-se recordar a matemática do que se passou em 28 de Junho 1998.
• Estavam inscritos 8 496 089 cidadãos.
• Votaram 2 709 503. Ou seja abateram-se 5 786 586. O que significa que a participação foi de 31,9%, menos de 50% e portanto o referendo não foi vinculativo.
• Houve 29 057 brancos e 15 562 nulos.
• Dos 2 664 884 votos expressos (31,4% dos inscritos) pelo “SIM” votaram 1 308 130 (49,1% dos votos validamente expressos, mas apenas 15,4% dos inscritos) e pelo NÃO votaram 1 356 754 (50,9%, 16,0%).
• A margem do NÃO foi de 0,6% do universo de potenciais votantes. 48 624 pessoas.
É um facto que 68,1 % dos cidadãos abstiveram-se. Algumas interpretações são possíveis mas nem todas legítimas:
• Os defensores do SIM vão argumentar que, como tudo indicava a vitoria do SIM, é razoável pensar que a maioria das abstenções seria pró-SIM.
• Os defensores do NÃO argumentam que os abstencionistas não diferem dos votantes e portanto a percentagem de cada lado não diferiria muito se o nível de abstenção fosse menor.
• Alguns argumentam que a Vida e/ou os Direitos Humanos não se referendam e portanto, a abstenção foi uma demonstração de desagrado pelo próprio tema.
A decisão foi, efectivamente tomada por uma maioria de 48 624 pessoas. Ou seja, bastava que 24 313 tivessem mudado de opinião e o resultado teria sido o inverso. Vinte e quatro mil pessoas num universo de oito milhões é muito pouco. É demasiado pouco para quem queira (de um lado tanto como do outro) garantir a vitória no próximo referendo. E indica que as organizações que continuam a militar pelas Causas – Direito à escolha / Direito à Vida – se devem preocupar em mobilizar não só os militantes e as influências mas também os anónimos. Cada vez as batalhas eleitorais são não só uma batalha pelos corações, alma e cérebro dos votantes, como uma batalha pela vontade e contra a inércia dos abstencionistas.
Como início de conversa, impõem-se recordar a matemática do que se passou em 28 de Junho 1998.
• Estavam inscritos 8 496 089 cidadãos.
• Votaram 2 709 503. Ou seja abateram-se 5 786 586. O que significa que a participação foi de 31,9%, menos de 50% e portanto o referendo não foi vinculativo.
• Houve 29 057 brancos e 15 562 nulos.
• Dos 2 664 884 votos expressos (31,4% dos inscritos) pelo “SIM” votaram 1 308 130 (49,1% dos votos validamente expressos, mas apenas 15,4% dos inscritos) e pelo NÃO votaram 1 356 754 (50,9%, 16,0%).
• A margem do NÃO foi de 0,6% do universo de potenciais votantes. 48 624 pessoas.
É um facto que 68,1 % dos cidadãos abstiveram-se. Algumas interpretações são possíveis mas nem todas legítimas:
• Os defensores do SIM vão argumentar que, como tudo indicava a vitoria do SIM, é razoável pensar que a maioria das abstenções seria pró-SIM.
• Os defensores do NÃO argumentam que os abstencionistas não diferem dos votantes e portanto a percentagem de cada lado não diferiria muito se o nível de abstenção fosse menor.
• Alguns argumentam que a Vida e/ou os Direitos Humanos não se referendam e portanto, a abstenção foi uma demonstração de desagrado pelo próprio tema.
A decisão foi, efectivamente tomada por uma maioria de 48 624 pessoas. Ou seja, bastava que 24 313 tivessem mudado de opinião e o resultado teria sido o inverso. Vinte e quatro mil pessoas num universo de oito milhões é muito pouco. É demasiado pouco para quem queira (de um lado tanto como do outro) garantir a vitória no próximo referendo. E indica que as organizações que continuam a militar pelas Causas – Direito à escolha / Direito à Vida – se devem preocupar em mobilizar não só os militantes e as influências mas também os anónimos. Cada vez as batalhas eleitorais são não só uma batalha pelos corações, alma e cérebro dos votantes, como uma batalha pela vontade e contra a inércia dos abstencionistas.
sábado, dezembro 11, 2004
A telenovela – cena do suspense que não houve
Jorge Sampaio veio à televisão dizer que tinha dissolvido a Assembleia da República porque o Executivo do inenarrável Pedro Santana Lopes era uma balbúrdia. Disse-o em mais palavras e com as frases complicadas que são seu apanágio.
Até aqui nada de novo ou de criticável de um ponto de vista politico. Mas, como já antes disse, de um ponto de vista constitucional é difícil de perceber como é que se dissolve uma Assembleia com uma maioria estável e, aparentemente, empenhada, só porque o Governo governa com uma aparência de desconchavo.
Se tivesse sido há 4 meses, reconhecendo assim a perversão do nosso sistema parlamentar naquilo que o Professor Adriano Moreira chama de “presidencialismo do Primeiro Ministro” e muitos, provavelmente, eu incluindo teríamos gritado “Golpe de Estado constitucional” ou qualquer palermice do estilo.
Neste momento, serviu apenas para alimentar a carta vitimização que Santana Lopes tão bem sabe jogar. Pode-se argumentar que, com tamanha incompetência no Governo, a demissão se tornava um imperativo nacional. Mas só que não se lembra do PREC (todas as circunstancias relativizadas), quem não vê o que se passa em Itália ou não recorda os últimos meses dos Governos de Juppé ou de Major pode dizer tal coisa. Daqui a mais 2 ou 3 meses, o acumular de erros seria de tal ordem que até uma parte da base de apoio do PSD apoiaria a decisão.
Ao fim de 4 meses, Jorge Sampaio só conseguiu irritar muita gente e nunca se fará perdoar por uma parte da Esquerda por não ter convocado eleições no Verão. Tudo o que fez, foi feito no estrito quadro da Constituição e das suas competências. Pode mesmo ser argumentado que foi tudo politicamente explicável. Mas, se foi correcto, não foi transparente e foi, no limite, “mal jogado”. Sampaio, e a sua passagem pelo Rato, recorda-nos disso, nunca foi um hábil politico. Sempre teve uma má prestação nas coisas da dita “baixa politica”. Também aqui não foi diferente e iniciou da pior maneira a ultima parte do seu mandato.
Finalmente, sejamos conscientes, temos que reconhecer que Sampaio foi magistralmente manipulado pela Direita mais reaccionária que conseguiu o melhor cenário possível para a sua radicalização, desde o Congresso do PSD.
Estou tão farto disto que Vocês não imaginam.
Até aqui nada de novo ou de criticável de um ponto de vista politico. Mas, como já antes disse, de um ponto de vista constitucional é difícil de perceber como é que se dissolve uma Assembleia com uma maioria estável e, aparentemente, empenhada, só porque o Governo governa com uma aparência de desconchavo.
Se tivesse sido há 4 meses, reconhecendo assim a perversão do nosso sistema parlamentar naquilo que o Professor Adriano Moreira chama de “presidencialismo do Primeiro Ministro” e muitos, provavelmente, eu incluindo teríamos gritado “Golpe de Estado constitucional” ou qualquer palermice do estilo.
Neste momento, serviu apenas para alimentar a carta vitimização que Santana Lopes tão bem sabe jogar. Pode-se argumentar que, com tamanha incompetência no Governo, a demissão se tornava um imperativo nacional. Mas só que não se lembra do PREC (todas as circunstancias relativizadas), quem não vê o que se passa em Itália ou não recorda os últimos meses dos Governos de Juppé ou de Major pode dizer tal coisa. Daqui a mais 2 ou 3 meses, o acumular de erros seria de tal ordem que até uma parte da base de apoio do PSD apoiaria a decisão.
Ao fim de 4 meses, Jorge Sampaio só conseguiu irritar muita gente e nunca se fará perdoar por uma parte da Esquerda por não ter convocado eleições no Verão. Tudo o que fez, foi feito no estrito quadro da Constituição e das suas competências. Pode mesmo ser argumentado que foi tudo politicamente explicável. Mas, se foi correcto, não foi transparente e foi, no limite, “mal jogado”. Sampaio, e a sua passagem pelo Rato, recorda-nos disso, nunca foi um hábil politico. Sempre teve uma má prestação nas coisas da dita “baixa politica”. Também aqui não foi diferente e iniciou da pior maneira a ultima parte do seu mandato.
Finalmente, sejamos conscientes, temos que reconhecer que Sampaio foi magistralmente manipulado pela Direita mais reaccionária que conseguiu o melhor cenário possível para a sua radicalização, desde o Congresso do PSD.
Estou tão farto disto que Vocês não imaginam.
sexta-feira, dezembro 10, 2004
O tesouro
Fui ver o filem “National Treasure” com Nicolas Cage. É um filme de aventuras com um enredo tão mal colado que faz o livro “O Código de Da Vinci” parecer credível. Não faz sentido absolutamente nenhum e dá a ideia que a Disney não conseguiu ficar com os direitos para fazer o filme sobre o livro de Dan Brown e decidiu fazer um outro, na mesma linha, mas sem sexo e passado no USA para agradar a mais gente. Resumindo, a evitar. Nem Nicolas Cage salva esta película.
Única curiosidade, por uma vez os Mações não são os maus da fita. Depois de “A Liga de Cavalheiros Extraordinários”, um filme francês de meados de 90 cujo nome me escapa e pelo menos 2 versões diferentes da historia de “Jack o Estripador” (e passo as insinuações em filmes como “Sociedade Secreta”, sobre a S&B ou “Teoria da Conspiração”) em que os Mações são apresentados como piores que cuspir na sopa da avozinha, eis que aparece um filme onde eles são apresentados como uns tipos quaisquer, até razoavelmente bem intencionados. Será o famoso lobby maçónico a actuar nos estúdios fundados por um dos seus membros?
Única curiosidade, por uma vez os Mações não são os maus da fita. Depois de “A Liga de Cavalheiros Extraordinários”, um filme francês de meados de 90 cujo nome me escapa e pelo menos 2 versões diferentes da historia de “Jack o Estripador” (e passo as insinuações em filmes como “Sociedade Secreta”, sobre a S&B ou “Teoria da Conspiração”) em que os Mações são apresentados como piores que cuspir na sopa da avozinha, eis que aparece um filme onde eles são apresentados como uns tipos quaisquer, até razoavelmente bem intencionados. Será o famoso lobby maçónico a actuar nos estúdios fundados por um dos seus membros?
terça-feira, dezembro 07, 2004
As explicações de Sampaio tardam
A queda do Governo e a dissolução da Assembleia da República apanhou-me de surpresa. Não esperava que o Presidente Sampaio procedesse nessa direcção, pelo menos no actual momento.
Eu fui dos poucos que se situam à Esquerda que apoiou a decisão de Jorge Sampaio de nomear o inenarrável Santana Lopes. Como todos, eu não reconhecia ao ainda Primeiro Ministro legitimidade politica, mas era para mim inegável a legitimidade constitucional, parlamentar e mesmo democrática da nomeação.
Um dos problemas do nosso regime parlamentar é que ele está pela sua pratica pervertido. Ou seja, formalmente elegemos uma AR mas, no intimo de muitos votantes e nos outdoors dos principais partidos, escolhemos o responsável pela Presidência do Conselho de Ministros. Aqueles que, como eu, somos adeptos do reforço do Parlamento e o retorno àquilo que diz a Constituição (ou à revisão do edifício constitucional) se não aplaudiram a escolha presidencial, pelo menos aceitaram-na sem embaraços ou criticas desajustadas e veementes.
Confesso que achei excessiva e inusitada as chamadas “condições impostas” pelo Presidente. Não compete a Belém ditar politicas, apenas velar que elas se desenrolem de acordo com o superior interesse nacional.
O que ainda hoje me espanta é o que de substantivo aconteceu para levar Jorge Sampaio a dissolver.
Nos últimos 4 meses o Governo encabeçado pelo inenarrável Pedro Santana Lopes veio a acumular asneiras sobre disparate e a demonstrar publicamente o seu desgoverno e desacerto. No entanto acho fraco o argumento do acumular de ineptidões e tolices. Desde dos desdizeres constantes entre Bagão Félix e Santana Lopes sobre os impostos e os aumentos da função publica até aos autênticos disparates proferidos por Paulo Portas e Companhia a propósito de Rebecca Gomperts o Governo prosseguiu na senda da imbecilidade até deixar o mais fleumático envergonhado da sua decisão. Mas o ridículo não mata e o dislate não impede o funcionamento da República. Pode não proporcionar o “regular funcionamento” das instituições mas não o fere de morte. Tenho dificuldade em acredita na teoria da “ultima gota” ao fim de 4 meses dos quais dois foram de férias. É perfeitamente admissível mas incoerente com a atitude tomada anteriormente.
A teoria do jeito ao “PS também não colhe”. O Partido Socialista teria preferido eleições depois de umas “Novas Fronteiras” de acordo com plano. Uma presença constante nos média a garantir a boa imagem e uma estratégia semelhante aos “Estados Gerais” de António Guterres. Não é a mesma coisa fazer as “Novas Fronteiras” se elas vão ser ofuscadas pela campanha em curso. E dúvidas sobre o continum de cretinices não faltam. Bastava esperar mais uns mesitos e depois, com Sócrates mais maduro no cargo, com um crescendo de aparições nas TV pelas NF, com 6 meses de erros, com 2 ou 3 admoestações fortes e publicas feitas entretanto (uma delas pela Mensagem de Ano Novo, por exemplo) tudo faria mais sentido.
Como muitos, aguardo a explicação de Sampaio e começo a suportar mal o seu silencio. A Presidência tem obrigações de transparência para com os cidadãos que não foram cumpridas. E a resposta não se torna menos necessário só porque me alegra ver a defenestração do inenarrável Pedro Santana Lopes.
Eu fui dos poucos que se situam à Esquerda que apoiou a decisão de Jorge Sampaio de nomear o inenarrável Santana Lopes. Como todos, eu não reconhecia ao ainda Primeiro Ministro legitimidade politica, mas era para mim inegável a legitimidade constitucional, parlamentar e mesmo democrática da nomeação.
Um dos problemas do nosso regime parlamentar é que ele está pela sua pratica pervertido. Ou seja, formalmente elegemos uma AR mas, no intimo de muitos votantes e nos outdoors dos principais partidos, escolhemos o responsável pela Presidência do Conselho de Ministros. Aqueles que, como eu, somos adeptos do reforço do Parlamento e o retorno àquilo que diz a Constituição (ou à revisão do edifício constitucional) se não aplaudiram a escolha presidencial, pelo menos aceitaram-na sem embaraços ou criticas desajustadas e veementes.
Confesso que achei excessiva e inusitada as chamadas “condições impostas” pelo Presidente. Não compete a Belém ditar politicas, apenas velar que elas se desenrolem de acordo com o superior interesse nacional.
O que ainda hoje me espanta é o que de substantivo aconteceu para levar Jorge Sampaio a dissolver.
Nos últimos 4 meses o Governo encabeçado pelo inenarrável Pedro Santana Lopes veio a acumular asneiras sobre disparate e a demonstrar publicamente o seu desgoverno e desacerto. No entanto acho fraco o argumento do acumular de ineptidões e tolices. Desde dos desdizeres constantes entre Bagão Félix e Santana Lopes sobre os impostos e os aumentos da função publica até aos autênticos disparates proferidos por Paulo Portas e Companhia a propósito de Rebecca Gomperts o Governo prosseguiu na senda da imbecilidade até deixar o mais fleumático envergonhado da sua decisão. Mas o ridículo não mata e o dislate não impede o funcionamento da República. Pode não proporcionar o “regular funcionamento” das instituições mas não o fere de morte. Tenho dificuldade em acredita na teoria da “ultima gota” ao fim de 4 meses dos quais dois foram de férias. É perfeitamente admissível mas incoerente com a atitude tomada anteriormente.
A teoria do jeito ao “PS também não colhe”. O Partido Socialista teria preferido eleições depois de umas “Novas Fronteiras” de acordo com plano. Uma presença constante nos média a garantir a boa imagem e uma estratégia semelhante aos “Estados Gerais” de António Guterres. Não é a mesma coisa fazer as “Novas Fronteiras” se elas vão ser ofuscadas pela campanha em curso. E dúvidas sobre o continum de cretinices não faltam. Bastava esperar mais uns mesitos e depois, com Sócrates mais maduro no cargo, com um crescendo de aparições nas TV pelas NF, com 6 meses de erros, com 2 ou 3 admoestações fortes e publicas feitas entretanto (uma delas pela Mensagem de Ano Novo, por exemplo) tudo faria mais sentido.
Como muitos, aguardo a explicação de Sampaio e começo a suportar mal o seu silencio. A Presidência tem obrigações de transparência para com os cidadãos que não foram cumpridas. E a resposta não se torna menos necessário só porque me alegra ver a defenestração do inenarrável Pedro Santana Lopes.
segunda-feira, dezembro 06, 2004
Cinema
Eu passei o fim de semana todo na cama, com um resfriado imenso e a ameaça de um febrão que nunca chegou a concretizar-se e se quedou por uns miseros 38º. Felizmente.
Mas não fui ao Cinema por causa do meu estado de saúde. Depois dos sintomas da gripe eis-me agora com os sintomas da abstinencia provocada pela dependencia do celuloide. Aproveito o feriado de dia 8 e espero ir ver o ultimo filme de Agnès Jaoui no Monumental.
A minha vida não interessa a ninguém mas, assim como assim, um blog serve também para a gente falar da sua vidinha, num misto de narcisismo e confissão pública.
Mas não fui ao Cinema por causa do meu estado de saúde. Depois dos sintomas da gripe eis-me agora com os sintomas da abstinencia provocada pela dependencia do celuloide. Aproveito o feriado de dia 8 e espero ir ver o ultimo filme de Agnès Jaoui no Monumental.
A minha vida não interessa a ninguém mas, assim como assim, um blog serve também para a gente falar da sua vidinha, num misto de narcisismo e confissão pública.
Ângelo Correia no “Diga lá Excelência”
Ângelo Correia deu uma entrevista brilhante ao programa “Diga lá Excelência” da RTP 2:.. Ângelo Correia é um homem muito inteligente, culto e de grande capacidade politica. A sua entrevista, como todas as suas intervenções de que me recordo, foi plena de conteúdo, numa linguagem sóbria e simples, recheada de verdades que muitos outros não têm capacidade e coragem para dizer.
Ângelo Correia disse uma série de verdades sobre o PSD, Aníbal Cavaco Silva, Pedro Santana Lopes, da coligação CDS/PP-PPD/PSD e das recentes posições do Presidente Sampaio. E ainda aproveitou para dar magistralmente a volta aos jornalistas.
A entrevista só pecou por ter sido registada antes do Conselho Nacional do PSD ter dado luz verde a Pedro Santana Lopes para uma coligação pré-eleitoral com o CDS. Essa recente evolução tirou algum sentido e oportunidade a parte das análises feitas, não lhes tirando brilhantismo.
A entrevista terminou com uma frase demolidora: “Este PSD não é o meu. Hoje em dia não há lealdades fortes no PSD.” Isto vindo de um dos fundadores do partido, um dos seus grandes barões, um dos seus mais ilustres passados e um dos seus mais poderosos presentes é grave.
Cada vez que ouço este homem eu fico irritado comigo mesmo. Porque durante a sua passagem pelo Governo da AD me deixei contagiar pela histeria gerada à sua volta pela Comunicação Social. Por diversas e variadas razões Ângelo Correia foi uma hate figure da AD e, por três ou quatro frases infelizes – a “insurreição dos pregos” e o ter acordado lambido por um cão, detêm a primazia – foi ridicularizado pela Imprensa da época. Levado por “clubismos”, pela vontade de alinhar com os outros e pelo gosto de tratar alguém de estúpido a ideia era-me agradável. Eu era um chavalo liceal e se isto não é desculpa para não pensar pela minha cabeça (ou para não chegar a conclusões certas) pelo menos serve de atenuante. Sempre que o ouço e me dou conta da estupidez do meu passado juízo a seu respeito, tenho vontade de me pontapear.
Ângelo Correia disse uma série de verdades sobre o PSD, Aníbal Cavaco Silva, Pedro Santana Lopes, da coligação CDS/PP-PPD/PSD e das recentes posições do Presidente Sampaio. E ainda aproveitou para dar magistralmente a volta aos jornalistas.
A entrevista só pecou por ter sido registada antes do Conselho Nacional do PSD ter dado luz verde a Pedro Santana Lopes para uma coligação pré-eleitoral com o CDS. Essa recente evolução tirou algum sentido e oportunidade a parte das análises feitas, não lhes tirando brilhantismo.
A entrevista terminou com uma frase demolidora: “Este PSD não é o meu. Hoje em dia não há lealdades fortes no PSD.” Isto vindo de um dos fundadores do partido, um dos seus grandes barões, um dos seus mais ilustres passados e um dos seus mais poderosos presentes é grave.
Cada vez que ouço este homem eu fico irritado comigo mesmo. Porque durante a sua passagem pelo Governo da AD me deixei contagiar pela histeria gerada à sua volta pela Comunicação Social. Por diversas e variadas razões Ângelo Correia foi uma hate figure da AD e, por três ou quatro frases infelizes – a “insurreição dos pregos” e o ter acordado lambido por um cão, detêm a primazia – foi ridicularizado pela Imprensa da época. Levado por “clubismos”, pela vontade de alinhar com os outros e pelo gosto de tratar alguém de estúpido a ideia era-me agradável. Eu era um chavalo liceal e se isto não é desculpa para não pensar pela minha cabeça (ou para não chegar a conclusões certas) pelo menos serve de atenuante. Sempre que o ouço e me dou conta da estupidez do meu passado juízo a seu respeito, tenho vontade de me pontapear.
domingo, dezembro 05, 2004
I Mille. I Mille ? I Mille !!!
Il Corriere della Sera racconta la reazione dei giovani di Forza Italia à la recente dichiarazione del ex-Presidente di Bruxelles. In questo articolo di giornale ho letto che questi giovani sono chiamate di “i Mille”.
I Mille? I Mille? Oddio dove stai Itália?
I Mille sono quelli che, nel ‘Ottocento, per amore della Italia e della Liberta hanno seguito Garibaldi e indossato la camicia rossa. I Mille sono quelli che per amore ha una Causa hanno lasciato casa e famiglia per andare a giocare la loro vita in una campagna militare senza condizioni e senza lusso per l’unione della Penisola sotto una bandiera sola.
I Mille non sono degli mercenari (scusati ragazzi ma, questa volta Prodi ha ragione) pagati per i Potere vigenti per mantenersi. I Mille di Garibaldi erano rivoluzionari non situazioniste. I Mille erano umaniste e libertarie non conservatori. Garibaldi era un grande, il Cavaliere Silvio Banana é una offesa à Voi come italiani, a me come europeo e à tutte che crediamo à la Democrazia.
E, per fine, i Mille erano do Sinistra. Finite per una volta do volare tutte i nostri simboli.
I Mille? I Mille? Oddio dove stai Itália?
I Mille sono quelli che, nel ‘Ottocento, per amore della Italia e della Liberta hanno seguito Garibaldi e indossato la camicia rossa. I Mille sono quelli che per amore ha una Causa hanno lasciato casa e famiglia per andare a giocare la loro vita in una campagna militare senza condizioni e senza lusso per l’unione della Penisola sotto una bandiera sola.
I Mille non sono degli mercenari (scusati ragazzi ma, questa volta Prodi ha ragione) pagati per i Potere vigenti per mantenersi. I Mille di Garibaldi erano rivoluzionari non situazioniste. I Mille erano umaniste e libertarie non conservatori. Garibaldi era un grande, il Cavaliere Silvio Banana é una offesa à Voi come italiani, a me come europeo e à tutte che crediamo à la Democrazia.
E, per fine, i Mille erano do Sinistra. Finite per una volta do volare tutte i nostri simboli.
sábado, dezembro 04, 2004
Publicidade
Aqui há atrasado apareceram duas campanhas de publicidade que, cada uma a seu modo, não só me chocaram como, penso, violavam as regras de boa cidadania.
A primeira é a publicidade a uma cerveja preta. Sobre o tema genérico de “O humor negro é só para alguns” seguiam-se uma série de anedotas de maior ou menor gosto sobre cadáveres, mortos, etc.
A segunda campanha a que me refiro é de uma marca de gelados que fazendo trocadilhos com provérbios tradicionais prometia viagens a estancias de Inverno a quem participasse na promoção.
Onde os problemas começavam para mim era:
• Numa das anedotas que era sobre pessoas com deficiências.
• Num dos outdoors onde se fazia um trocadilho com o dito “Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé”.
O meu problema é que não gostei de ver outdoors com piadas com deficientes ou com figuras religiosas. Não é que eu não me ria ou sequer que não as conte. Conto com certeza e acho mesmo alguma piada. Mas faço-o no meu espaço privado, com os amigos e a família. Não faz de mim uma boa pessoa, nem sequer um tipo cómico. Mas pronto, só me afecta a mim ou aos desgraçados que me ouvem.
Quando isso se passa no espaço público eu acho mais criticável. Não é somente hipocrisia, é pura e simplesmente boa educação. Note-se que não estou a defender que essas campanhas deviam ser proibidas, porque isso viola a mais sacrossanta das Liberdades – a de Expressão.
Nem sequer a fazer a apologia de um espaço público asséptico e politicamente correcto. Acontece que atacar uma minoria é um papel para políticos, grupos extremistas e humoristas. Todo o humor é cruel porque é às custas de alguém. Metades dos radicalismos são identitários e fazem-se por exclusão (e ataque) do outro. Por muito que isso me revolte (nos casos das politicas do ódio) ou me divirta (no caso de alguns humoristas) eu continuarei a achar que está mal, mas que é o direito deles e a bater-me por isso. E a considerar isso como mais ou menos normal e a não me incomodar muito.
Mas uma campanha publicitária não se destina a fazer rir, ganhar votos ou instigar ódios. Uma campanha publicitária destina-se a vender e fazer ganhar dinheiro. Por isso tende a ser ideologicamente asséptica e politicamente correcta. As campanhas de Olivero para a Benetton e outras do mesmo calibre são as excepções que confirmam a regra. Mas aqui estamos longe desse brilhantismo.
Eu penso que o facto que os criativos e os executivos das campanhas em causa, nem sequer consideraram que poderia ser errado fazer humor com esses assuntos. E aqui é que a coisa se complica porque isso faz com que essas campanhas sejam sintomas de mau gosto ou de vontade de ofender para se tornarem símbolo de uma sociedade ainda pouco desperta para as minorias que estão no seu seio. Por isso essas campanhas me deixaram triste.
Aqui, como em muitos outros exemplos faltou sensibilidade para a dimensão pedagógica de tudo o que fazemos em sociedade. Esta é, sem dúvida, uma das mais importantes e mais negligenciadas dimensões da nossa vida no espaço público e mesmo no privado.
A primeira é a publicidade a uma cerveja preta. Sobre o tema genérico de “O humor negro é só para alguns” seguiam-se uma série de anedotas de maior ou menor gosto sobre cadáveres, mortos, etc.
A segunda campanha a que me refiro é de uma marca de gelados que fazendo trocadilhos com provérbios tradicionais prometia viagens a estancias de Inverno a quem participasse na promoção.
Onde os problemas começavam para mim era:
• Numa das anedotas que era sobre pessoas com deficiências.
• Num dos outdoors onde se fazia um trocadilho com o dito “Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé”.
O meu problema é que não gostei de ver outdoors com piadas com deficientes ou com figuras religiosas. Não é que eu não me ria ou sequer que não as conte. Conto com certeza e acho mesmo alguma piada. Mas faço-o no meu espaço privado, com os amigos e a família. Não faz de mim uma boa pessoa, nem sequer um tipo cómico. Mas pronto, só me afecta a mim ou aos desgraçados que me ouvem.
Quando isso se passa no espaço público eu acho mais criticável. Não é somente hipocrisia, é pura e simplesmente boa educação. Note-se que não estou a defender que essas campanhas deviam ser proibidas, porque isso viola a mais sacrossanta das Liberdades – a de Expressão.
Nem sequer a fazer a apologia de um espaço público asséptico e politicamente correcto. Acontece que atacar uma minoria é um papel para políticos, grupos extremistas e humoristas. Todo o humor é cruel porque é às custas de alguém. Metades dos radicalismos são identitários e fazem-se por exclusão (e ataque) do outro. Por muito que isso me revolte (nos casos das politicas do ódio) ou me divirta (no caso de alguns humoristas) eu continuarei a achar que está mal, mas que é o direito deles e a bater-me por isso. E a considerar isso como mais ou menos normal e a não me incomodar muito.
Mas uma campanha publicitária não se destina a fazer rir, ganhar votos ou instigar ódios. Uma campanha publicitária destina-se a vender e fazer ganhar dinheiro. Por isso tende a ser ideologicamente asséptica e politicamente correcta. As campanhas de Olivero para a Benetton e outras do mesmo calibre são as excepções que confirmam a regra. Mas aqui estamos longe desse brilhantismo.
Eu penso que o facto que os criativos e os executivos das campanhas em causa, nem sequer consideraram que poderia ser errado fazer humor com esses assuntos. E aqui é que a coisa se complica porque isso faz com que essas campanhas sejam sintomas de mau gosto ou de vontade de ofender para se tornarem símbolo de uma sociedade ainda pouco desperta para as minorias que estão no seu seio. Por isso essas campanhas me deixaram triste.
Aqui, como em muitos outros exemplos faltou sensibilidade para a dimensão pedagógica de tudo o que fazemos em sociedade. Esta é, sem dúvida, uma das mais importantes e mais negligenciadas dimensões da nossa vida no espaço público e mesmo no privado.
sexta-feira, dezembro 03, 2004
O povo sem futuro
O Professor João César das Neves titulou a sua coluna no DN da 2ª feira 29 de Novembro de 2004 de “O povo sem futuro”. No essencial repete a tese que expôs com o brilhantismo que o caracteriza no Congresso da Democracia Portuguesa organizado pela Associação 25 de Abril no início deste Novembro.
Correndo o risco de trair o espírito do colunista (risco para o qual peço a clemência de todos porque, garanto, não é intencional), eu permito-me resumir, com a devida vénia, o seu pensamento:
• A Europa está a caminho da irrelevância.
• Em primeiro lugar por declínio populacional. Hoje o espaço europeu representa 7,1% da população mundial. Em 2050 seremos apenas 4,8%.
• E isto incluindo aqueles que entretanto acolhemos e acolheremos entre nós. “Os europeus do futuro serão estranhos à tradição cultural europeia. Goste-se ou não, assim será”. (sic).
• Em segundo lugar porque a União está sem Norte – não sabe o que quer em termos ideológicos e não tem estratégia de afirmação.
• César das Neves termina dizendo que “a cultura europeia é a única que renegou as suas origens civilizacionais”. Preocupados com debates menores – aborto, tabaco, etc. – não somos capazes de evitar uma inevitável decadência a menos que mudemos drasticamente.
• Remata com uma citação de Wotjila: “Um povo que mata os seus filhos não tem futuro”.
Uma vez mais, peço desculpa ao Professor César das Neves se sintetizei erradamente o seu artigo, se o interpretei mal ou se o aborreço com as minhas criticas. Aqui é presunção minha, o Professor César das Neves nunca saberá que eu existo, que este blog existe (para além de mim alguém sabe) e que nele se escreveu sobre a sua coluna.
Em primeiro lugar é evidente que o declínio populacional da Europa é uma inevitabilidade. Temos poucos filhos e não estamos prontos a mudar de posição perante a vida. Ou seja os europeus tendem a ser cada vez menos. E os “de souche” ainda menos. E isso enquanto os outros grupos populacionais – norte- e sul-americanos, africanos, asiáticos, árabes e magrebinos – tendem a aumentar. Esta parte do pensamento do ilustre Professor é inquestionável.
Se bem que isto seja um conceito difícil para um economista, os números, se bem que indesmentíveis não são tudo. A França, a Alemanha e a Grã Bretanha devem ter para aí 1% ou 1,5% da população mundial de hoje, cada um. Mas são membros do G8 e dois deles são membros permanentes do Conselho de Segurança. Ou seja, nos últimos 50 anos a relativa pouca importância percentual de um País não implicou irrelevância no concerto das Nações. Não será necessariamente diferente para os próximos 50. Talvez em 100 ou 150 haja espaço para a previsão do Professor César das Neves. Mas compete-nos a nós lutar contra isso. E, no imediato, é ser ave de agoiro.
Em segundo lugar é também verdade que a percentagem de habitantes do espaço europeu que não são de origem europeia aumenta mais que os que já cá estão hoje. Os grupos de emigrantes têm uma natalidade maior que os cidadãos da EU. Mas isso não implica que eles sejam “estranhos à tradição cultural europeia”. É precisamente aqui que eu me afasto do Professor César das Neves.
O desafio que nós temos perante nós é garantir que os filhos de qualquer Ahmed, Igor ou de qualquer Pablo ou Kunta Kinte saibam quem foram Victor Schoelcher, Alexandre Dumas, Eça de Queiroz ou Goethe. Afinal o descendente do original Kunta Kinte era um homem cultíssimo que ganhou um Pulitzer e escreveu na Playboy. Isto sem evitar que eles saibam também quem foi Khayyam (pessoalmente eu prefiro os Rubayat ao Inferno, la Falacci que me perdoe), Kinte ou Avicena. A Cultura é uma grande casa onde cabem todos os Grandes.
Mas não é uma tarefa fácil. Ganhar a batalha da educação e da integração será uma tarefa árdua. Fazer com que os europeus do futuro, independentemente do sítio onde nasceram os seus Avós, não sejam estranhos à nossa Cultura, aos nossos Valores – Respeito pela Vida e pelos Direitos Humanos, o Humanismo, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, e todos os valores que são os da nossa Europa – e os nossos maiores – Eça, Vieira da Silva, Cervantes, Borges (mas há alguém mais europeu do que o genial argentino?), Camões, Petrarca, Dali, Shakespeare, etc.
Se continuarmos a relegar os filhos dos emigrantes para os seus ghettos é evidente que eles não se identificarão com a nossa cultura. Mas se fizermos um esforço integrador na Escola Publica, tal como nos ensinou Jules Ferry, temos ainda uma hipótese de contrariar o pessimismo de César das Neves.
É evidente que os europeus do futuro não vão ter a mesma cor de pele que o Senhor Professor. E, se forem a algum templo, provavelmente vão se repartir por Igreja e Sinagoga, Templo Protestante e Mesquita. Mas também isso é a Europa. A cor de pele ou a crença religiosa já não são tão importantes no que define a Europa hoje, menos ainda aquilo que é o seu fundamento de amanhã. Isto sem questionar que foram, sem alguma duvida, parte integrante e importante do esqueleto da Europa de ontem e mesmo de hoje.
A integração é possível. Independentemente de onde se vem. Desde que queiramos integrar, queiramos ser integrados e estejamos dispostos a aceitar as inevitáveis mudanças de parte a parte.
No resto, também difiro de César das Neves, mas creio que (e a citação papal reforça essa minha convicção) que a interpretação do colunista sobre o desnorte da Europa é fortemente ancrada nas suas crenças religiosas. Eu tenho por principio não discutir as convicções religiosas das pessoas e não vou abrir aqui uma excepção. Vou apenas dizer no que concordo, e é que a União precisa de, rapidamente, (re)definir e assumir quais são os seus valores e, depois, lutar por eles não só no terreno interno mas também a nível global. Provavelmente João César das Neves e eu não estaremos de acordo sobre todos os valores – seguramente a maioria porque vimos da mesma cultura Portugal do final do século XX – pelo que a clarificação interna dentro da Europa sobre aquilo por que ela se bate e que ela representa deve ser feita ASAP.
Correndo o risco de trair o espírito do colunista (risco para o qual peço a clemência de todos porque, garanto, não é intencional), eu permito-me resumir, com a devida vénia, o seu pensamento:
• A Europa está a caminho da irrelevância.
• Em primeiro lugar por declínio populacional. Hoje o espaço europeu representa 7,1% da população mundial. Em 2050 seremos apenas 4,8%.
• E isto incluindo aqueles que entretanto acolhemos e acolheremos entre nós. “Os europeus do futuro serão estranhos à tradição cultural europeia. Goste-se ou não, assim será”. (sic).
• Em segundo lugar porque a União está sem Norte – não sabe o que quer em termos ideológicos e não tem estratégia de afirmação.
• César das Neves termina dizendo que “a cultura europeia é a única que renegou as suas origens civilizacionais”. Preocupados com debates menores – aborto, tabaco, etc. – não somos capazes de evitar uma inevitável decadência a menos que mudemos drasticamente.
• Remata com uma citação de Wotjila: “Um povo que mata os seus filhos não tem futuro”.
Uma vez mais, peço desculpa ao Professor César das Neves se sintetizei erradamente o seu artigo, se o interpretei mal ou se o aborreço com as minhas criticas. Aqui é presunção minha, o Professor César das Neves nunca saberá que eu existo, que este blog existe (para além de mim alguém sabe) e que nele se escreveu sobre a sua coluna.
Em primeiro lugar é evidente que o declínio populacional da Europa é uma inevitabilidade. Temos poucos filhos e não estamos prontos a mudar de posição perante a vida. Ou seja os europeus tendem a ser cada vez menos. E os “de souche” ainda menos. E isso enquanto os outros grupos populacionais – norte- e sul-americanos, africanos, asiáticos, árabes e magrebinos – tendem a aumentar. Esta parte do pensamento do ilustre Professor é inquestionável.
Se bem que isto seja um conceito difícil para um economista, os números, se bem que indesmentíveis não são tudo. A França, a Alemanha e a Grã Bretanha devem ter para aí 1% ou 1,5% da população mundial de hoje, cada um. Mas são membros do G8 e dois deles são membros permanentes do Conselho de Segurança. Ou seja, nos últimos 50 anos a relativa pouca importância percentual de um País não implicou irrelevância no concerto das Nações. Não será necessariamente diferente para os próximos 50. Talvez em 100 ou 150 haja espaço para a previsão do Professor César das Neves. Mas compete-nos a nós lutar contra isso. E, no imediato, é ser ave de agoiro.
Em segundo lugar é também verdade que a percentagem de habitantes do espaço europeu que não são de origem europeia aumenta mais que os que já cá estão hoje. Os grupos de emigrantes têm uma natalidade maior que os cidadãos da EU. Mas isso não implica que eles sejam “estranhos à tradição cultural europeia”. É precisamente aqui que eu me afasto do Professor César das Neves.
O desafio que nós temos perante nós é garantir que os filhos de qualquer Ahmed, Igor ou de qualquer Pablo ou Kunta Kinte saibam quem foram Victor Schoelcher, Alexandre Dumas, Eça de Queiroz ou Goethe. Afinal o descendente do original Kunta Kinte era um homem cultíssimo que ganhou um Pulitzer e escreveu na Playboy. Isto sem evitar que eles saibam também quem foi Khayyam (pessoalmente eu prefiro os Rubayat ao Inferno, la Falacci que me perdoe), Kinte ou Avicena. A Cultura é uma grande casa onde cabem todos os Grandes.
Mas não é uma tarefa fácil. Ganhar a batalha da educação e da integração será uma tarefa árdua. Fazer com que os europeus do futuro, independentemente do sítio onde nasceram os seus Avós, não sejam estranhos à nossa Cultura, aos nossos Valores – Respeito pela Vida e pelos Direitos Humanos, o Humanismo, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, e todos os valores que são os da nossa Europa – e os nossos maiores – Eça, Vieira da Silva, Cervantes, Borges (mas há alguém mais europeu do que o genial argentino?), Camões, Petrarca, Dali, Shakespeare, etc.
Se continuarmos a relegar os filhos dos emigrantes para os seus ghettos é evidente que eles não se identificarão com a nossa cultura. Mas se fizermos um esforço integrador na Escola Publica, tal como nos ensinou Jules Ferry, temos ainda uma hipótese de contrariar o pessimismo de César das Neves.
É evidente que os europeus do futuro não vão ter a mesma cor de pele que o Senhor Professor. E, se forem a algum templo, provavelmente vão se repartir por Igreja e Sinagoga, Templo Protestante e Mesquita. Mas também isso é a Europa. A cor de pele ou a crença religiosa já não são tão importantes no que define a Europa hoje, menos ainda aquilo que é o seu fundamento de amanhã. Isto sem questionar que foram, sem alguma duvida, parte integrante e importante do esqueleto da Europa de ontem e mesmo de hoje.
A integração é possível. Independentemente de onde se vem. Desde que queiramos integrar, queiramos ser integrados e estejamos dispostos a aceitar as inevitáveis mudanças de parte a parte.
No resto, também difiro de César das Neves, mas creio que (e a citação papal reforça essa minha convicção) que a interpretação do colunista sobre o desnorte da Europa é fortemente ancrada nas suas crenças religiosas. Eu tenho por principio não discutir as convicções religiosas das pessoas e não vou abrir aqui uma excepção. Vou apenas dizer no que concordo, e é que a União precisa de, rapidamente, (re)definir e assumir quais são os seus valores e, depois, lutar por eles não só no terreno interno mas também a nível global. Provavelmente João César das Neves e eu não estaremos de acordo sobre todos os valores – seguramente a maioria porque vimos da mesma cultura Portugal do final do século XX – pelo que a clarificação interna dentro da Europa sobre aquilo por que ela se bate e que ela representa deve ser feita ASAP.
quinta-feira, dezembro 02, 2004
Para além das eleições e do Sporting/Sochaux
Em tempos o Presidente Sampaio disse que havia vida para além do Orçamento. Palavras que voltam à memória, agora que a coligação tenta utilizar a aprovação do Orçamento como arma de arremesso contra Belém.
Para além da nossa crise e das noticias da bola hoje:
• É o Dia da Restauração da Independência.
• É o Dia Internacional da Luta Contra a Sida e Portugal tem mais de 25 mil infectados.
• O Governo de Ariel Sharon perdeu o voto de aprovação do seu Orçamento (lá também é um problema) por protesto da parte do seu maior parceiro que é um partido laico com o dinheiro dado aos partidos religiosos. Como resultado 5 ministros foram despedidos. E depois há quem diga que os laicos em todo o Mundo exageram com os perigos do clericalismo.
• A situação na Ucrânia não parece, aos meus olhos de leigo que está longe, melhorar.
Para além da nossa crise e das noticias da bola hoje:
• É o Dia da Restauração da Independência.
• É o Dia Internacional da Luta Contra a Sida e Portugal tem mais de 25 mil infectados.
• O Governo de Ariel Sharon perdeu o voto de aprovação do seu Orçamento (lá também é um problema) por protesto da parte do seu maior parceiro que é um partido laico com o dinheiro dado aos partidos religiosos. Como resultado 5 ministros foram despedidos. E depois há quem diga que os laicos em todo o Mundo exageram com os perigos do clericalismo.
• A situação na Ucrânia não parece, aos meus olhos de leigo que está longe, melhorar.